Revista de Informatica Medica
Vol. 2 No. 1 Jan/Fev 1999
 
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O ECG No Computador 

Sou cardiologista e gostaria de realizar meus ECGs no microcomputador que tenho no consultório, podendo inclusive armazená-los em disco. Poderia indicar como fazê-lo?  

O eletrocardiograma é um sinal biológico de natureza analógica, ou seja, é uma variação contínua e diminuta de potencial elétrico em função do tempo, que precisa ser amplificada eletronicamente e visualizada por algum método adequado.  

Para colocá-lo em um computador e poder realizar algum tipo de processamento, é necessário dispor de três elementos básicos: o sistema de captação e amplificação do sinal, um circuito eletrônico (placa de interface) que digitalize o sinal, ou seja, faça a conversão analógico-digital, e um software de controle todos esses processos, e que, de preferência, também permita o armazenamento, visualização e processamentos adicionais dos sinais.  

A primeira alternativa é verificar se o seu aparelho atual de ECG tem saída digital, como acontece com muitos sistemas mais modernos (no Brasil, a Dixtal tem equipamentos desse tipo: www.dixtal.com.br). Basta ler o manual e conectar a saída do ECG a uma porta de entrada do seu micro, que geralmente é a paralela (a mesma da impressora). Um software fornecido junto com o aparelho, ou comprado à parte, implementa todas as funções desejadas. Esta alternativa une o melhor dos mundos: mantém o aparelho capaz de fazer o ECG em papel, e trabalha com o computador.  

Caso seu aparelho atual de ECG não tenha saída digital, mas tenha saída analógica, então o sinal já é amplificado e filtrado, e basta comprar uma placa de conversão analógico-digital (ou CAD, que custa cerca de 300 dólares no Brasil) e colocar no seu computador. A desvantagem é que é preciso ter conhecimento especializado para fazer a instalação. O software que vem com a placa é genérico, e não foi feito para ECGs, apenas, o que exigirá um esforço de programação.  

A terceira alternativa é esquecer o seu aparelho atual de ECG e comprar um sistema de ECG digital integral. Consta de uma caixa pequena, que tem os amplificadores, filtros e placa de CAD já embutidos e pré-configurados. Não tem saída em papel, como na primeira alternativa discutida acima. O software também é fornecido, e o custo total é bastante razoável (mais barato que um aparelho de ECG digital, e mais caro que a segunda solução). Existem vários fabricantes nacionais e internacionais desse tipo de aparelho.Existem alguns detalhes técnicos que devem ser levados em consideração ao informatizar os seus exames de ECG. Em primeiro lugar, o espaço necessário para armazená-los. Isso depende da taxa de digitalização do sinal, que geralmente fica entre 150 a 200 Hz (medidas por segundo) por canal, dependendo da qualidade que se deseja, e do objetivo do exame (ECG de alta resolução exige velocidades quatro a cinco vezes maior). Depende também do grau de precisão da digitalização (que é medida em bits, e geralmente fica entre 8 e 12 bits). Uma boa solução para um número muito grande de exames é arquivá-los em um gravador de CD-ROM.  
 

Para Saber Mais

Renato M.E. Sabbatini: O Computador no Processamento de Sinais Biológicos. Revista Informédica, 2 (12): 5-9, 1995. 
 
 
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Núcleo de Informática Biomédica 
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