Revista de Informatica Medica
Vol. 1 No. 5 Set/Out 1998

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Protegendo-se contra o Vírus de Macro

Volta e meia recebo emails de avisos de novos vírus de computador. Muitas dessas mensagens afirmam que o vírus pode ser propagado através de textos. Isso é verdade ? Como nos protegermos desse tipo de vírus ?

Realmente, não bastasse a existência de vírus de computador para os sistemas DOS e Windows para pertubar nossas vidas, agora uma nova forma está invadindo os computadores de todo o mundo: os vírus de macros. Diz-se que para o utilizadissimo programa de processamento de textos Microsoft Word, estão sendo descobertos entre 10 a 15 vírus novos por dia ! A ameaça de uma nova epidemia já está se concretizando, com sérias conseqüências.Como funciona um vírus de macro ? Macro é o nome que se dá a um pequeno programa escrito em uma linguagem interna de um determinado aplicativo. Por exemplo, o Word, pode ter suas funções ampliadas através de pequenos módulos internos que executam comandos repetitivos para realizar novas tarefas que não faziam parte do programa original. Os programas de planilha eletrônica, como o Excel, foram os pioneiros desse tipo de recurso, mas logo os processadores de textos começaram a embutir a possibilidade do próprio usuário montar os seus macros. Para isso, o programa tem um recurso chamado "gravador de macros": o usuário executa as operações uma a uma, e ele registra cada uma delas em uma seqüência, a qual se pode depois atribuir um nome e gravar no disco, juntamente com a folha de estilos daquele documento (extensão .DOT). O macro fica fazendo parte integrante da coleção de rotinas do programa e pode ser usado e repetido rapidamente.

Você também pode incluir novos macros, copiados de outros lugares, e este é o ponto que os desenvolvedores de vírus de macros utilizam. Se você carregar no seu Word um texto que esteja com seu DOT correspondente "infectado" com um vírus de macro, ele vem junto, e seu .DOT local fica infectado também, assim como todos os textos que você gravar no futuro. Esse texto "infectado" pode ter sido distribuído por correio eletrônico como attachment (um arquivo que pode ser transportado para o destinatário, junto com a mensagem de email): ao abrí-lo você se infecta.

As linguagens de desenvolvimento de macros são bastante poderosas, e permitem fazer muitas tarefas complexas (e com maior potencial de dano) no computador que executa o macro infectado. A solução é ter programas de detecção de vírus capazes de identificar e remover os vírus de macros, também. O VirusScan da empresa americana McAfee (www.mcafee.com) já tem esse recurso e é capaz de pegar os vírus de macro mais antigos e comuns, mas a velocidade de aparecimento de novos vírus de macro exige que o usuário consiga todo mês uma nova versão do arquivo de definição de vírus. Dá muito trabalho, portanto, e 90 % dos usuários não têm o conhecimento necessário para fazer isso sistematicamente. A solução mais permanente seria desenvolver programas capazes de serem treinados a reconhecer vírus de macro automaticamente.

O WebScanX da empresa McAfee realiza muitas tarefas de proteção contra virus através da Internet.

Felizmente, acredito que as novas versões do Word deverão sanar esse problema, ao incluir detectores "imunológicos" desse tipo. Atualmente, para se proteger contra vírus de macro, você deve habilitar uma opção do Word que te avisa se algum macro externo está presente e pode ser um vírus em potencial. Você deve responder sempre negativamente à essa opção, se ela ocorrer, e logo em seguida executar uma versão a mais atualizada possível do VirusScan.

Para Saber Mais

Fighting Computer Viruses. Jeffrey O. Kephart, Gregory B. Sorkin, David M. Chess and Steve R. White. Scientific American, 1997.

Virus Alert! How to Avoid Getting One.

Topo Renato M.E. Sabbatini


© 1998 Renato M.E. Sabbatini
Núcleo de Informática Biomédica
Universidade Estadual de Campinas
Campinas, Brasil

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