Revista de Informatica Medica
Vol. 1 No. 4 Jul/Ago 1998
 
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Noticias & Novidades 

Software Auxilia Radiologistas na Interpretação de Imagens 

 

Em um estudo realizado nos laboratórios de Informática Médica do Columbia-Presbiterian Medical Center, em New York, EUA, foram utilizadas técnicas de Inteligência Artificial (processamento de linguagem natural), para obter automaticamente grupos de códigos diagnósticos descritivos para radiografias normais e anormais, a partir de relatórios narrativos escritos por radiologistas treinados. O Dr. George Hripcsak, informata médico do Centro, comparou os resultados de codificação gerados por seis médicos clínicos, seis radiologistas, seis pessoas leigas e três algoritmos computacionais, além do programa de linguagem natural. Foram utilizados 200 laudos de radiografias torácicas admissionais no hospital, e testou-se a descrição no caso de seis patologias distintas (pneumonia bacteriana aguda, doença cardíaca congestiva, efusão pleural, neoplasma, pneumotórax e doença pulmonar obstrutiva crônica). Os resultados obtidos pelo programa de linguagem natural foram virtualmente idênticos aos obtidos pelos médicos, com uma sensibilidade de 81 % e especificidade de 98 % para o computador, comparados com 85 % e 98 %, pelos médicos, respectivamente. Técnicas simplificadas de pesquisa de palavras-chave deram resultados bem inferiores (50 a 78 %), assim como a codificação por leigos (apenas 36 %). O resultado mais curioso é que os médicos diferiram entre si, em uma média de 20 %. Uma vantagem do sistema de processamento de linguagem natural é que ele demorava apenas 2 segundos por laudo, enquanto que os especialistas humanos demoravam pouco mais de um minuto por laudo. Além disso, tem um custo de 6 a 8 vezes menor do que contratar um codificador humano, especialmente no processamento e auditoria de grandes volumes de dados. Embora os especialistas concordem que o médico deve manter a primazia de ter a última palavra quanto à decisão diagnóstica, o sistema de processamento de linguagem natural pode ser usado para detectar discrepâncias nos laudos, e para realizar predições de risco para grandes volumes de laudos, especialmente laudos já passados. 

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Telemedicina Ainda É Pouco Usada 

 

Uma revisão recente de 43 programas de telemedicina que usam a tecnologia de videoconferência interativa (IATV) na América do Norte (EUA e Canadá) e Europa (Noruega) foi realizada por pesquisadores norte-americanos e divulgada no último congresso da American Medical Informatics Association. Os resultados decepcionaram, mostrando que a tecnologia ainda é cara e é pouco aproveitada pelos médicos e pelas instituições. Os programas investigados tem em média 11 instituições participantes por programa, mas foram realizados apenas 13 consultas mensais por instituição, em média. Somente 15 % das 6807 consultas registras foram dirigidas para a discussão de casos clínicos (enquanto que 35 % foram usadas para educação médica). A duração média de uma teleconsulta deste tipo foi de 33 minutos, geralmente obedecendo a seguinte seqüência: obtenção do consentimento do paciente, apresentação e explicação de como funciona o sistema, apresentação da história médica do paciente, exame físico do paciente pelo médico consultante, revisão dos exames diagnósticos, e discussão sobre o diagnóstico e conduta. As especialidades que mais usaram a teleconsulta foram psiquiatria, clínica geral e dermatologia. Entre as barreiras para a adoção de programas mais efetivos de telemedicina, os autores citaram: o pequeno envolvimento da cúpula dirigente, a cultura médica predominante, a falta de padrões, problemas legais e éticos, relação custo/eficácia duvidosa, não-inclusão nas tabelas de reembolso e honorários por serviços médicos pelas seguradoras, e uma falta de estudos comprobatórios de aceitação generalizada. 

Ver também: Final Report of the Telemedicine/Telehealth Coordination Project

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Tecnologia e Saúde: Estudo Indica as Profissões do Futuro 

 

O Departamento de Estatisticas do Trabalho dos EUA publicou recentemente um estudo de previsão das áreas de emprego que terão o maior crescimento nos próximos 10 anos. Informática está em primeiro lugar, e saúde em segundo. Espera-se que o número de pessoas empregadas nas indústrias de computação dos EUA cresça de 1,2 milhão para 2,5 milhões nesse período, e o das pessoas empregadas na área de saúde, de 1,17 milhão para 1,97 milhão. Entre os dez cargos que crescerão mais rapidamente, nove serão gerados por estes dois setores: administradores de bases de dados e redes, engenheiros de computação, analistas de sistemas, assistentes médicos, assistentes de fisioterapia, assistentes de atenção doméstica (home care), assistentes médicos, fisioterapeutas e assistentes de terapia ocupacional. Os médicos não estão entre as carreiras que crescerão significativamente. 


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Nacionais 

Vencedores do prêmio IW Best na Categoria Saúde 

A rede Mantel criou em 1995 o IW Best, a premiação mais importante da Internet no Brasil. Todos os sites que participam do concurso são julgados nos quesitos conteúdo, apresentação, sofisticação, navegabilidade, interatividade, criatividade, funcionalidade e harmonia. São mais de 16 categorias que concorrem ao prêmio, em duas premiações: pelo júri oficial e pelo júri popular, entre elas a de saúde. Os três melhores deste ano na categoria Saúde foram: Emagrecimento On Line (http://www.emagrecimento. com.br), um site com notícias, dicas práticas, mitos e verdades, dúvidas, tratamento, riscos da obesidade, fórum médico, chat, peso ideal, dietas, outros sites interessantes, listas de médicos, clínicas e spas, literatura, e busca por palavras-chave; o qual obteve o primeiro lugar no júri oficial. O segundo foi o DST/AIDS (http://www.aids.gov.br), um site com função informativa para todas as pessoas que têm dúvidas com relação à Aids e às doenças sexualmente transmissíveis, desenvolvido pelo Programa de Doenças Sexualmente Transmissíveis do Ministério da Saúde, que ficou com o primeiro lugar no júri popular. O terceiro colocado foi Saúde e Vida On Line (http://www.nib.unicamp.br/svol), um site de saúde para leigos desenvolvido pelo Núcleo de Informática Biomédica da Unicamp contendo uma infinidade de informações sobre saúde para profissionais e leigos, bem como um espaço para fazer perguntas a uma equipe de médicos em áreas especializadas. 

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AHESP Cria o Net@Saúde 

A Associação dos Hospitais do Estado de São Paulo (AHESP), em parceria com a Central On Line de Informações, lançou o Net@Saúde, para automatizar o faturamento médico hospitalar através da Internet. Seguindo os conceitos da Comissão de Padronização de Sistemas de Informações na Área da Saúde, definidos por um consórcio formado pela ABRAMGE (Associação Brasileira de Medicina de Grupo), Federação Brasileira de Hospitais (FBH), ABRASPE, CIEFAS, FENASEG e Santas Casas Unidas, trata-se de um novo programa que possibilita o envio automático do faturamento do hospital para o respectivo convênio. Ele possibilita a integração via Internet entre Departamento de Faturamento do Prestador de serviços ao Departamento de Contas Médicas do Comprador de Serviços do Complexo de Saúde. Ele não exige investimentos adicionais em equipamentos e recursos humanos, e tem um lay-out padronizado para transmissão de dados. Suas principais vantagens são: redução do número de erros ocasionados no preenchimento manual das diferentes guias de convênios (prestador de serviços) e sua posterior digitação no Departamento de Contas Médicas (comprador de serviços), proporcionando ganhos operacionais. Além disso, enviando antecipadamente as contas médicas, é possível fazer uma conferência eletrônica dos códigos dos serviços e procedimentos realizados e detectar falhas; facilitar acesso a informações gerenciais porque ao mandar as contas dos serviços médico/hospitalares, antes do fechamento final do lote existe maior agilidade em encontrar (se houver) erros e corrigí-los; e os usuários terão senhas personalizadas de acesso ao sistema Segundo informações da AHESP, cerca de 170 compradores de serviços estão em fase de implantação do programa. 

Informações: Central On Line. Fone: (011) 843-7421 ou (011) 221-2044 

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Silvia Helena Cardoso

 
© 1998 Renato M.E. Sabbatini
Núcleo de Informática Biomédica 
Universidade Estadual de Campinas 
Campinas, Brasil
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