O site da Internet que resenhamos aqui se denomina
HSTAT (Health Services/Technology Assessment Texts) e é mantido
pela National Library of Medicine (Biblioteca Nacional de Medicina dos
EUA). O site dá acesso eletrônico através da WWW a
um volume formidável e de altissima qualidade e autoridade científica.
São documentos elaborados por várias agências e instituições
do famoso National Institutes of Health, a maior organização
de pesquisa em saúde do mundo
Entre essas agências, está a AHCPR (Agency for Health Care Policy and Research - Agência para Pesquisa e Políticas em Atenção à Saúde), um órgão fundado em dezembro de 1989 com o objetivo de aumentar a qualidade, eficácia e adequação dos serviços de atenção à saúde, e melhorar o acesso à mesma. Os documentos da AHCPR são elaborados por comitês multidisciplinares de especialistas dos setores privados e públicos e resultam de extensas revisões da literatura, procurando refletir o que existe de melhor em termos de evidência científica. Além disso, são realizados estudos de campo e arbitragem de qualidade por revisores, para assegurar a validade, confiabilidade e utilidade desses guias na prática clínica.
O site dá acesso às seguintes bases de documentos on-line:
São monografias produzidas pelo Office of Health Technology Assessment (OHTA - Escritório de Avaliação de Tecnologias em Saúde), que avaliam os riscos, benefícios e efetividade clínica de novas tecnologias médicas ainda pouco estabelecidas. Em setembro de 97, a base de monografias tinha 24 avaliações e 13 revisões, tais como: desfibriladores cardíacos implantáveis, transplante simultâneo de rim e pâncreas, angiografia por ressonância magnética, pletismografia corporal, densitometria óssea, hipertermia, diagnóstico e tratamento da impotência, implantes cocleares em pacientes ambulatoriais, monitoração fetal, etc.
São guias de informação, com o objetivo de dar informações clínicas e recomendações sobre a avaliação e manejo de pacientes com determinados problemas, tais como dor aguda, úlcera, catarata, depressão, derrame, infarto do miocárdio, angina instável, lombalgia, incontinência urinária, hiperplasia prostática, etc (em setembro de 1997 existiam 17 documentos). Para cada problema de saúde existem três tipos de documentos:
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Este programa, em atividade desde 1977, tem por objetivo reunir especialistas em diversas áreas da saúde, e produzir documentos de consenso clínico e de avaliação tecnológica em saúde, particularmente sobre temas controversos. Foram produzidos cerca de 120 documentos, que estão disponíveis eletronicamente através de home page própria (http://odp.od.nih.gov/consensus/). Abrangem uma enorme e variada gama de 63 tópicos clínicos, tais como teste genético para fibrose cística, câncer cervical, próteses de quadril, mortalidade e morbidade em hemodiálise, diagnóstico e tratamento precoce do melanoma, neuroma acústico, síndrome do pânico, uso clínico da toxina botulínica, cirurgia para epilepsia, colecistomia laparos_cópica, e muitos mais. Outros 43 consensos estão defasados, mas continuam disponíveis, por seu interesse clínico. A base também inclui 18 relatórios de workshops sobre tecnologias médicas, que vão desde a avaliação de pacientes geriátricos até os impactos da Guerra do Golfo sobre a saúde.
A navegação pelos documentos é
fácil, e utiliza painéis (Frames)
O site de educação médica continuada (EMC) é outro recurso excelente deste programa (http://odp.od.nih.gov/consensus/cme/cme.html). É um novo experimento, que tem por objetivo fazer um teste on-line do conhecimento do médico sobre um assunto, depois de ter lido o consenso correspondente. São temas como câncer de ovário, manejo da hepatite C, tratamento de câncer cervical, etc. As perguntas são apresentadas na forma de testes de múltipla escolha, e é possível voltar-se ao ponto exato do texto do consenso que contém a sua resposta. No final, é apresentado o resultado correto, e a pontuação obtida. Médicos norte-americanos podem solicitar a concessão de créditos de educação médica continuada.
Esta coleção consiste de informação sobre
os ensaios clínicos que estão sendo realizados pelos 15 institutos
de pesquisa que compõe o National Institutes of Health, e que são
coordenados pelo Warren G. Magnuson Clinical Center. São descritivos
breves do objetivo de cada pesquisa, instituto, investigador principal,
palavras-chave, drogas e dispositivos em investigação, etc.,
bem como detalhes de inclusão e exclusão de participantes.
Existe a possibilidade de pacientes que querem participar do estudo se
inscreverem nos mesmos, e são dados os detalhes de recrutamento.
A base de documentos pode ser visualizada por ordem de doença/sistemas
(17 classificaçòes) ou por instituto do NIH.
Outras séries de documentos disponíveis neste site são ainda os TIPS (Treatment Improvement Protocols), que são protocolos para melhorar o tratamento de pacientes com abuso de drogas, elaborado pelo Center for Substance Abuse Treatment (CSAT), um livro sobre serviços preventivos de saúde (Guide to Clinical Preventive Services), diversas publicações de órgãos do NIH, tais como o Weekly Morbidity and Mortality Report (MM WR), de interesse para epidemiologistas, e vários documentos do AIDS Treatment Information Service (ATIS).
Em conclusão, este é um dos melhores e mais informativos sites de saúde na Internet. É imperdível, pela riqueza de suas contribuições, e pela facilidade de uso. O design gráfico do site é muito simples, sem enfeites, mas muito funcional. O acesso às bases de dados é padronizado, de modo a facilitar o uso por pessoas não especializadas. É usada uma interface gráfica e baseada em painéis (frames), com sumário, possibilidade de busca por palavras chave e paginação seqüencial.
Um dos poucos problemas notados é o tamanho dos endereços
dos documentos. Como eles estão em uma base de dados, são
frases de busca muito longas. Felizmente, foi disponibilizado um Download
Mode, que permite ao usuário marcar todos os documentos que
o interessam e descarregar todos de uma vez só para seu computador,
facilitando assim a leitura e impressão (muitos documentos são
bastante longos e complexos).
Publicação: Núcleo de Informática Biomédica Universidade Estadual de Campinas © 1997 Renato M.E. Sabbatini |
Apoio: Searle Brasil |