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A Bioinformática
Chegou

0Nos
últimos anos, as seções de oferta de empregos das
revistas científicas médicas e biológicas estão
lotadas de anúncios à procura de um profissional ainda pouco
conhecido pela maioria das pessoas: o especialista em bioinformática.
Muito valorizada pela grande demanda e pelo ainda pequeno número
de pessoas capazes de preenchê-la, esta novissima profissão
é procurada por universidades, empresas farmacêuticas e de
informática, instituto de pesquisas privados e do governo. Os salários
iniciais são altos, e um especialista com muitos anos de experiência
pode ganhar muito dinheiro, particularmente nos grandes laboratórios
multinacionais.
E o que é bioinformática?
É uma ciência interdisciplinar que tem como objetivo desenvolver
e aplicar técnicas computacionais no estudo da genética,
da biologia molecular e da bioquímica. Entre outras coisas, o bioinformata
tem o conhecimento essencial para a construção e a análise
das bases de dados genômicas e de proteínas, a descoberta
de novos genes, de novas moléculas de atividade terapêutica,
e de muitas outras aplicações de alta tecnologia. O verdadeiro
oceano de dados que está sendo gerado por projetos como o Genoma
Humano, e a expansão no setor de biotecnologia médica,
são os principais responsáveis por esta explosão na
demanda por bioinformatas. Existem hoje grandes repositórios de
dados genéticos e bioquímicos, como o GenBank
(que contém todas as seqüências de DNA conhecidas até
hoje e que ocupa o equivalente a mais de 100 CD-ROMs).
Onde encontrar um bioinformata, ou como
formá-lo? Ë bastante difícil. Geralmente é um
biólogo ou médico que tem altos conhecimentos de informática,
genética e bioquímica. Quase não existem cursos formais,
a maioria é autodidata. Antes de tudo, é preciso ter uma
cabeça interdisciplinar, ser polímata (ter múltiplos
talentos, tais como matemática, estatística, computação,
instrumentação e bioengenharia, genética, biologia,
etc.) e ter gosto por trabalhar em equipes multidisciplinares.
O Brasil também se ressente da falta
de profissionais desse tipo, pois já estejamos embarcados em projetos
genômicos grandes e multi-institucionais, como o Genoma
da Xylella e o Projeto Genoma e Câncer, ambos da FAPESP
(Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São
Paulo). A universidade precisa urgentemente se movimentar para formar esse
profissional crucial para a medicina do próximo século. No
exterior (como na Baylor
University, no Texas), já existem até cursos em nível
de graduação sobre bioinformática. E aqui? Tirando
uns poucos centros, como o da UNICAMP,
estamos ainda no começo.
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