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Publicações
Médicas na Internet
Marcelo Sabbatini e Renato M.E. Sabbatini
A explosão
da Internet nos últimos anos tem trazido grandes modificações
no campo da comunicação médica, em especial um grande
crescimento no número de revistas eletrônicas de todos os
tipos, possibilitando assim o acesso instantâneo em escala mundial
a estas informações. Ao editor também cabem benefícios,
dentre os principais o custo reduzido da forma eletrônica em relação
à versão impressa. Porém, a nova mídia exige
novos cuidados e novas preocupações e um modo de produção
totalmente diferente ao qual os editores estão tradicionalmente
acostumados.
Neste artigo descrevemos para os leitores
interessados alguns aspectos relativos ao processo de produção
de publicações eletrônicas científicas e médicas
voltadas para a Internet. Damos também uma lista de referências
para cada tópico abordado, de modo a permtir um maior aprofundamento.
Alguns Conceitos
Básicos
Uma webpage, ou página, é
um documento composto de tal maneira que possibilite a sua exibição
na World Wide Web (WWW). Além da informação textual,
este documento pode conter imagens, sons, animação e vídeo.
As páginas também podem conter links (vínculos)
para outras páginas, constituindo assim, o que chamamos de hipertexto.
A webpage também é conhecida como homepage, embora
este termo seja mais recomendado para indicar a página principal
de um site, ou alternativamente, um conjunto de páginas específico.
Ao ser disponibilizada em um servidor (um
computador permanentemente ligado à Internet, e que tem software
especial para acesso), cada página passa a ter um endereço
eletrônico na WWW, a chamada URL (Uniform Resource Locator),
que tem o seguinte formato:
http://www.socesp.org.br/revista/index.htm
-
http - se refere ao protocolo, ou convenção
que permite a comunicação entre dois computadores através
de uma rede. O protocolo utilizado para a exibição de páginas
da WWW é o HTTP (HyperText Transfer Protocol).
-
www.socesp.org.br - refere-se ao host,
isto é, o endereço do servidor onde está localizada
a página.
-
/revista/ - diretório ou subdiretório
do computador servidor onde está localizada a página.
-
index.htm - arquivo referente à
página a ser exibida.
Uma página na WWW é visualizada
através de um programa especial chamado browser (visualizador).
Os browsers mais populares são o Netscape Navigator e o Microsoft
Internet Explorer, os quais têm suas versões atualizadas periodicamente.
O browser interpreta os códigos contidos dentro do arquivo da página,
formatando e acessando os recursos necessários da Internet. O browser
pode acessar tanto páginas armazenadas na WWW, quanto as armazenadas
localmente no disco rígido de um computador.
O HTML (HyperText Mark-up Language)
é uma linguagem de marcação especializada, dedicada
à produção das páginas. Consiste em códigos
especiais, chamados tags, ou marcadores, inseridos no texto comum,
e que constituem seus comandos. O HTML possue recursos para formatar o
texto, colocar cabeçalhos, inserir e posicionar figuras estáticas
ou animadas, sons e videoclipes, escolher a fonte e cores de fundo e das
letras, formatar tabelas e formulários interativos, e muitos outros
recursos que permitem ao editor produzir e disponibilizar um material de
alta qualidade gráfica.
Uma webpage é produzida geralmente
usando dois tipos de editores: um editor com visualização
fiel do resultado (Netscape Editor, acima) ou um editor de HTML (FlexEd,
em baixo)
O Que São
Publicações Eletrônicas
A publicação eletrônica
consiste em uma tecnologia de distribuição de informação
em uma forma que possa ser acessada e visualizada pelo computador, utilizando
para isso, mídia digital e recursos para adquirir, armazenar e transmitir
informação de um computador para outro. A publicação
eletrônica estende de várias maneiras os conceitos e recursos
da mídia convencional impressa.
Como vantagens para o editor de uma publicação
científica, a publicação eletrônica na Internet
apresenta uma grande audiência potencial, disponibilidade universal,
para todas plataformas de hardware/software e baixo custo de investimento
e de produção (com eliminação dos custos de
reprodução e transporte). Traz novas formas de apresentação
(áudio, vídeo, interação), integração
com outros sites e documentos da WWW e indexação eletrônica
simples. Fornece, além disso, como nenhum outro meio, dados estatísticos
de acesso.
Para o usuário ou leitor, a Internet
apresenta as seguintes vantagens: baixo custo de acesso, disponibilidade
instantânea e global, informação mais rica em conteúdo
do que outras mídias, facilidade de cópia e impressão,
informação mais atualizada e mais fácil de achar (através
de mecanismos de busca), interconectividade de informação
na WWW e diálogo interativo com autores e editores.
No entanto a Internet, enquanto meio de
publicação, apresenta algumas desvantagens: a proteção
ao direito autoral é dificultada devido à possibilidade de
reprodução ilimitada, a cultura prevalecente ainda é
do "tudo é de graça". Existem preocupações
com questões de segurança, e as conexões lentas são
um obstáculo para projetos multimídia. Além disso,
existe uma dificuldade crescente de se obter visibilidade, devido à
grande quantidade de informações e sites disponíveis.
Publicando na Internet
A publicação científica
eletrônica na Internet é baseada em três modelos principais:
Versão on-line restrita de revistas
impressas. O modelo mais básico apresenta somente a capa da
revista impressa, informações gerais e o sumário.
Um modelo intermediário apresenta os itens anteriores mais os resumos
dos artigos. O mais completo apresenta ainda alguns artigos selecionados.
Geralmente é de acesso livre e o seu objetivo é servir como
uma "presença" na Internet ou como propaganda da versão impressa.
Versão on-line completa de revistas
impressas. Apresenta a capa da revista, informações gerais
e o sumário, além dos artigos completos. Pode ser de acesso
livre ou pago e servem como propaganda ou como projeto próprio
Revistas exclusivamente on-line.
Apresenta a capa da revista impressa, informações gerais
e o sumário, além de multimídia e interatividade.
Pode ser de fluxo contínuo ou periódico, podendo ser de acesso
livre ou pago. Apresenta problemas exclusivos, como a dificuldade de contar
com a colaboração de autores prestigiados, a imaturidade
do meio e questões de desconfiança por parte da comunidade
acadêmica, como proteção do direito autoral, segurança
de dados, certificação de qualidade científica, reconhecimento
do autor e indexação.
Estruturando a Publicação
As publicações científicas
eletrônicas devem possuir algumas estruturas básicas de informação:
Homepage: é a página
principal da publicação, contendo a capa e sendo a primeira
página de acesso. Deve mostrar o logotipo gráfico da revista,
possuir links para seções permanentes da revista e para as
edições atual e passadas. Nesta página são
identificados o editor, os patrocinadores, as organizações
de apoio, os prêmios recebidos. A sua mudança é ocasional,
ou mesmo rara.
Exemplo de home page de uma revista
eletrônica. De: Revista
Intermedic
Seções
de Acesso:
Edição Presente e Passadas
, Links levando à cada número da revista, cada qual com sua
homepage própria, e o sumário dos artigos presentes.
Índice Cumulativo. Contém
links para todos artigos passados, categorizados em seções.
Se muito grande, pode ser subdividido em páginas separadas, organizadas
logicamente.
Página de Busca. Dá
acesso a um mecanismo de busca local que utilize palavras-chave.
Outras informações complementares
que podem estar presentes na revista são um contador de acessos
à homepage, um glossário de termos utilizados na publicação,
e um catálogo de links relevantes para recursos similares na Internet.
Recomenda-se também colocar uma seção do tipo "O que
há de novo", com uma lista datada de adições e modificações.
Exemplo de artigo de texto completo em
uma publicação eletrônica. De: Revista
Intermedic
PDF
Muitas publicações eletrônicas
são oferecidas no formato PDF (Portable Document Format),
um padrão criado pela empresa Adobe, que permite a diagramação
exata dos documentos, além da utilização de recurso
tipográficos. A qualidade da cópia impressa é semelhante
a da mídia impressa. Outra vantagem é a produção
automatizada de arquivos PDF a partir de arquivos em PageMaker utilizados
na editoração eletrônica da mídia impressa.
Esta característica facilita a migração de revistas
em publicadas em papel para a forma eletrônica.
Programa Acrobat, para exibição
de documentos on-line no formato PDF. De: Brazilian
Journal of Medical and Biological Research
Suas desvantagens porém são
a necessidade de um programa externo para ler os documentos, chamado Adobe
Acrobat Reader, a necessidade do descarregamento completo do artigo para
se ter acesso ao mesmo e a impossibilidade de se aplicar buscas de palavras-chave
no texto. O formato PDF é portanto recomendado a ser utilizado conjuntamente
com o HTML (modelo híbrido de publicação), em documentos
destinados ao download e impressão posterior, e não para
a leitura on-line.
Multimídia
A publicação eletrônica
pode ser uma experiência multimídia, ao disponibilizar arquivos
de imagens, sons e vídeos, estes últimos não sendo
possíveis na mídia impressa.
O uso de gráficos é um elemento
decisivo na construção bem sucedida de uma página.
A maior dificuldade é a obtenção das imagens, que
deverão preferencialmente ser produzidas especialmente para o site,
para atender os requisitos de lay-out e design. Atualmente, os browsers
reconhecem dois formatos de imagens, comprimidos para sua utilização
ótima (GIF e JPG). O uso de imagens deve ser cuidadosamente medido,
pois páginas "pesadas" graficamente, isto é, que possuam
uma grande quantidade de gráficos podem tornar-se excessivamente
lentas para o carregamento, afastando o público receptor. Porém,
a página deve ter apelo visual suficiente para atrair a visão
do usuário.
Um importante uso das imagens é
o da informação propriamente dita, como por exemplo no caso
de imagens médicas. Nos casos em que uma imagem com alta resolução
é necessária recomenda-se criar uma página com thumbnails
(versões reduzidas da imagem principal), com links para a imagem
de maior resolução. Existem três métodos para
a utilização de imagens: 1. ausência de imagem in-line,
link textual para a imagem completa; 2. imagem in-line completa e 3. imagem
em thumbnail, com link para a imagem completa
Para a produção de imagens
são usados programas de edição, dentre os quais se
destaca o Adobe Photoshop. Este programa, apesar de apresentar grandes
recursos, exige um certo treinamento prévio, devido a sua complexidade
e é algo caro. Uma outra opção é o PaintShop
Pro, mais indicado para desenvolvedores iniciantes. Outra ferramenta importante
são os bancos de imagem e de de cliparts, disponíveis em
CD-ROM e na Internet.
Editor de imagens Adobe Photoshop
A adição de sons à
uma aplicação na Internet deve ser considerada somente quando
necessária ou quando tiver um sentido prático. Atualmente
os browsers, suportam os formatos AU, MID e WAV de som que podem ser incorporados
à qualquer página. Geralmente, arquivos de som não
são comprimidos, de forma que a velocidade pode ser compromissada.
Uma prática recomendável é identificar para o usuário
o tamanho do arquivo.
As mesmas condutas servem para vídeos.
Nem todos os browsers, principalmente as versões mais antigas, suportam
todos os formatos de vídeo, sendo os mais comuns o AVI e o MOV.
Dependendo do browser, é necessária a instalação
de um plug-in, um programa externo ao qual é associado o
tipo de vídeo. O RealAudio é um formato comprimido de sons
e imagens, atualmente bastante utilizado em diversas aplicações
(extensão .ra ou .rm), mas requer um plug-in. Este, denominado RealAudio
Player, é distribuído gratuitamente pela empresa fabricante,
a Real Media. A sua grande vantagem é apresentar uma alta taxa de
compactação, possibilitando assim, a introdução
de sons e vídeos de maior duração. Através
do RealAudio também pode-se realizar transmissões streaming,
ou seja contínuas, podendo mesmo a ser realizadas em tempo real.
Design e Layout
A organização espacial de gráficos
e textos na página deve atrair o usuário com impacto gráfico,
direcionar sua atenção, priorizar informação
e fazer suas interações com o site mais agradáveis
e eficientes. O design gráfico cria uma lógica visual e um
balanço ótimo entre a sensação visual e a informação
gráfica ou textual. A continuidade visual e gráfica na organização
de seu site, design gráfico e tipografia são essenciais para
convencer o seu usuário que o seu site oferece informação
útil. Uma abordagem cuidadosa e sistemática ao design da
página pode simplificar a navegação, diminuir erros
e facilitar o acesso à informação e aos recursos disponíveis.
A abordagem sistemática dos conceitos
e práticas envolvidos na criação do lay-out de páginas
está além do escopo deste artigo. Uma excelente referência
para este assunto é o manual de estilo elaborado pelo Centro de
Mídias Instrucionais Avançadas da Universidade de Yale.
Questões de
Acesso
O objetivo da publicação eletrônica
é fornecer ao usuário a informação desejada
no menor número possível de passos e no menor tempo possível.
Uma hierarquia adequada de informações deve ser planejada.
Estudos de interface revelam que menus apresentando de cinco a sete links
são preferidos pelos usuários. Também são preferidas
poucas telas densas de menus a muitas camadas de menus simplificados.
A questão da largura de banda, ou
seja, a capacidade da conexão de transmitir dados é outra
questão relevante. A maioria dos usuários não tolera
a espera muito longa para uma página carregar. Desse modo, páginas
com conteúdo excessivamente gráfico devem ser evitadas. Outra
prática possível é a utilização uma
versão alternativa da publicação, com baixa densidade
de gráficos.
Exemplo de imagens in-line
A publicação deve fornecer
recursos para o diálogo e feedback dos usuários, através
de email ou páginas de formulário. A questão do feedback
também está intimamente relacionada com a capacidade do editor
em responder às perguntas e comentários enviados. Um link
que deve constar da maioria das páginas é aquele para o editor
ou "webmaster" responsável pelo site.
Interatividade
Ao contrário da mídias impressa
tradicional, a Internet possibilita um alto grau de interação
entre o emissor e o receptor, através de várias tecnologias
possíveis. Neste sentido, as páginas na Internet deixam de
ter um caráter puramente textual, passando a ter um caráter
dinâmico e interagindo com as necessidades do usuário. Entre
as formas de interação possíveis de serem implementadas,
destacamos a capacidade de pesquisar e recuperar informações
armazenadas em bancos de dados do servidor, e a utilização
de programas aplicativos on-line de naturezas diversas, entre eles as salas
de conferência virtuais, mais comumente chamados de chats.
A interatividade de uma publicação
eletrônica pode ser conseguida através de vários recursos
técnicos disponiveis, tais como o CGI, o Java e o JavaScript, e
o VRML. O CGI (Common Gateway Interface) é um protocolo que
permite criar páginas dinâmicas baseado nas informações
a partir de botões, listas de seleção e outros campos
de formulários HTML. Quando acionado um link para um CGI, um programa
é executado e geralmente uma página HTML é retornada.
Os scripts CGI ficam em um diretório especial do servidor chamado
cgi-bin e não no diretório em que ficam os arquivos
HTML. As tarefas mais comuns desempenhadas por programas CGI são:
resposta automática a email e submissões de formulário,
validação de dados de formulários, geração
de páginas personalizadas automaticamente, acesso a mecanismos de
busca internos, controle de acesso através de login e senha, acesso
e manutenção de bases de dados, contadores em páginas,
controle de estatísticas de publicidade, operação
de chats on-line, inscrição em listas de discussão,
etc.
Criada pela empresa Sun Microsystems, Java
é um ambiente de programação simples e robusto, independente
da plataforma, dinâmica e de propósito geral. É ideal
para criar mini-aplicativos (applets) para a Internet, que executam
na página da publicação. Para aplicações
mais comuns, existem programas e applets Java disponíveis na própria
Internet. As principais aplicações do Java são: gráficos
animados. mapas de imagem "inteligentes", validação de formulários,
questionários e testes interativos on-line, operação
de chats, etc.
O JavaScript não deve ser confundido
com Java; e consiste em uma linguagem que é inserida como texto
dentro do documento HTML. Também pode ser facilmente adotado por
não-programadores, possibilitando o uso algumas aplicações
bastante úteis, como por exemplo: informações sobre
a página sendo mostrada,coleta de informações sobre
o usuário, exibição de hora e data na página,
menus de navegação, identificação do browser
utilizado pelo usuário, identificação da resolução
de tela utilizada pelo usuário, validação de formulários,
gerador de links e imagens aleatórias, etc.
Realidade Virtual
VRML significa Virtual Reality Modeling
Language (Linguagem de Modelamento de Realidade Virtual) e permite
a criação de ambientes virtuais em três dimensões,
e o deslocamento através do mesmo. Embora algumas aplicações
interessantes possam ser vislumbradas para esta tecnologia, ela não
é totalmente prática, pois exige grandes recursos do computador
cliente. As versões mais atuais dos browsers disponíveis
no mercado já apresentam compatibilidade com o VRLM, dispensando
portanto o uso de plug-ins.
Chats
As salas de chat (bate-papo) virtuais
podem dar à comunicação médica um novo sentido,
ao permitir a conferência virtual, com interação em
tempo real de médicos localizados em qualquer local. As salas de
chat podem funcionar assim dentro de uma publicação eletrônica
como um fórum de debates temáticos.
Um chat baseado na WWW
O funcionamento do chat é bastante
simples. Em uma parte da tela, o usuário entra com a mensagem que
deseja mandar e pressiona o botão "enviar". Na parte de cima da
tela, que é renovada constantemente, aparecem as mensagens dos diversos
usuários, identificadas com o apelido (nickname) do remetente
e a hora de envio. Para chats destinados à aplicações
acadêmicas, são necessários alguns cuidados especiais
no seu desenvolvimento, como a necessidade de senhas de acesso; a possibilidade
de haver um moderador na sala, área de exibição de
imagens, etc. Também é necessário disponibilizar uma
página de instrução aos usuários, para que
estes desenvolvam uma conduta adequada durante as reuniões. Existem
na rede diversos aplicativos de chat, construídos tanto em Java
quanto em CGI, que podem ser copiados e implementados livremente.
Busca
A utilização de mecanismos de
busca interna é uma prática altamente recomendável
e faz com que o usuário perca menos tempo navegando por páginas
procurando a informação desejada, agilizando também
o uso da rede. Existem produtos comerciais e gratuitos disponíveis
na própria rede, tais como o freeWAIS-sf, o Excite e o WAIS. Além
destes, é possível achar applets Java e scripts de cgi-bin
que implementam uma interface de busca no site.
Manutenção
e Atualização
O webmaster é o nome do responsável
pela parte final e crucial do processo de publicação: o carregamento
dos arquivos (arquivos HTML, arquivos de imagem e multimídia) no
computador servidor. A transferência de arquivos é realizada
através do protocolo FTP (File Transfer Protocol), que exige
o uso de um software de FTP dedicado. Em todos os casos, invariavelmente,
o computador servidor deve ter acesso restrito, exigindo uma senha para
permitir o carregamento de arquivos.Uma etapa anterior à divulgação
e liberação da publicação para o acesso externo
é a verificação on-line da publicação,
ou seja, deve ser efetuado um teste de navegação, que envolva
a navegabilidade interna de páginas, os mecanismos de mudança
de página (próximo capítulo/seção, capítulo/seção
anterior, página principal, próxima página, página
prévia, retornar à página), os componentes do índice
e da busca, os componentes multimídia e os links externos.
Programa WS-FTP LE para Window 95: Carregamento
de arquivos de uma publicação no servidor. Esquerda: especificação
do endereço do servidor e senha de acesso. Direita: painel de controle
de transferência de arquivos. A direita: máquina local. A
esquerda: servidor.
Mecanismo de publicação
por FTP embutido no Netscape Editor.
Divulgando a Publicação
Uma vez produzida e disponibilizada, a publicação
deve ser divulgada, para que os usuários tenham acesso a ela. Estima-se
que atualmente a Internet contem cerca de 3 bilhões de documentos,
o que faz com que as informações desejadas sejam acessíveis
somente através de métodos especiais de pesquisa e de busca.
Táticas sistemáticas de promoção são
mandatórias, requerendo o conhecimento especializado de softwares
e serviços.
Tratando-se de uma publicação
médica ou científica, esta deverá ser anunciada ao
público ao qual se destina, através de malas diretas, anúncios
em outras publicações especializadas, etc. No entanto, deve-se
evitar a prática de disseminação indiscriminada de
mensagens eletrônicas, conhecida como spam, e que se caracteriza
como atividade altamente não-recomendável na Internet, podendo
ser considerada crime. O endereço eletrônico da publicação
também deve ser divulgado em publicações impressas,
especialmente quando é a versão on-line da mesma.
Um caso especial da divulgação
é o da listas de discussão por email, que abrangem praticamente
todas as áreas do conhecimento humano. Nestas listas, cada mensagem
submetida é enviada a todos assinantes da lista, com grande efeito
multiplicador. É necessário observar, porém, as regras
de conduta de cada lista específica, atentando para o fato de elas
permitirem ou não tal tipo de publicidade.
Para o registro sistemático da URL
básica da revista existem dois tipos de recursos na Internet: os
catálogos e os mecanismos de busca (ou índices). Os catálogos
contém coleções de links que são categorizados
ou subdividos em vários tópicos e sub-tópicos. Os
links devem ser submetidos pelas próprias pessoas que colocaram
a informação na Internet, ou seja, deve ser uma atividade
realizada pela equipe editorial da publicação eletrônica.
Existem catálogos internacionais, como o Yahoo! (http://www.
yahoo.com/), e nacionais, como o Cadê? (http://www.cade.com.br/)
e o Surf (http://www.surf.com.br/).
Os índices, por sua vez, enfatizam
o oferecimento de um sistema abrangente de busca de informação
que geralmente indexa, palavra por palavra, cada um dos documentos existentes
na Internet. Ao contrário dos catálogos, os índices
geralmente não precisam ser avisados da existência de uma
página na Internet, pois funcionam baseados em spiders ("aranhas"
ou robôs de software) que realizam a indexação de forma
automática. No entanto a submissão da URL agiliza e garante
a realização do processo, e é portanto recomendada..
Além do anúncio inicial e principal da publicação,
poderão ser indexados seções especiais e edições
individuais. Exemplos de recursos deste tipo são: Web Crawler, Infoseek,
Lycos, Altavista, HotBot e Excite.
Tanto os catálogos como os índices
pedem informações bastante semelhantes no ato de submissão
de um novo endereço, como por exemplo, nome da página, endereço,
pessoa responsável, endereço de correio eletrônico
para contato, palavras-chave para classificação e texto descritivo.
Dois softwares típicos para a execução desta tarefa
são o 9xSpiderWeb e o Ablaze Pro. Baseado neste princípio
surgiram softwares de promoção de sites que realizam a tarefa
automaticamente. As informações acima mencionadas são
preenchidas somente uma vez. Ao iniciar a operação, o programa
registra automaticamente a página nos mecanismos de busca selecionados
a partir de uma lista própria. Alternativamente, existem sites como
o Submit It!, que têm desempenho semelhante ao dos softwares de promoção.
Programa SPIDER para registro automático
de sites nos principais índices e catalogos. A direita: ficha de
preenchimento dos dados do site. Esquerda: lista de índices e catálogos
em que se quer registrar.
Manutenção
dos Leitores
Devem ser utilizadas estratégias para
fazer os leitores freqüentarem a publicação de maneira
sistemática. Entre elas podemos destacar o o registro on-line de
leitores e usar a base de dados para notificações por email
e a oferta de um sistema de notificação automático
por email de mudanças nas páginas. No caso da publicação
ser periódica, é bom fixar a data de publicação
dos novos números e anunciar na edição presente a
data de publicação da próxima edição.Caso
a publicação seja contínua, atualizá-la num
dia da semana de fácil recordação.
Formulário de registro on-line
dos usuários de uma revista eletrônica. De: Revista
Intermedic
Conclusões
Atualmente, tornou-se bastante fácil
editar uma publicação eletrônica na Internet, seja
ela já existente previamente em mídia impressa, ou puramente
eletrônica. A tecnologia é amplamente disponível, inclusive
software aplicativo e recursos on-line, como CGI, Java, etc. Um bom começo
para todos aqueles que desejam partir para tal realização
seria realizar um curso de webmaster, concepção e implementação
de sites, ou cursos e consultorias específicasDesde 1995, essas
atividades vêm sendo desenvolvidas pelo nosso grupo na UNICAMP, atualmente
o maior grupo editorial na área médica na América
Latina (Grupo e*pub de Publicações
em Medicina e Biologia). O grupo edita cerca de 15 revistas eletrônicas,
inclusive as publicações próprias Intermedic,
Informática Médica,
Saúde & Vida On-Line,
Cérebro & Mente
e Odonto On-Line.
De maneira geral, não é difícil
elaborar e dosponibilizar uma publicação eletrônica
na WWW. Esse é um dos fatores responsáveis pelo seu grande
crescimento
Para Saber Mais
-
Stanek, W. R., Purcell, L. et al. - Electronic
Publishing Unleashed, Sams Publishing, 1995.
-
Sabbatini, R. M. E. - Designing
and Publishing Interactive Electronic Publications in the World Wide Web.
Preconference Tutorial, Fall Meeting 97, American Medical Informatics Association,
Nashville, October 1997. WebPraxis International, Campinas, Brazil.
-
Sabbatini, R. M. E. - Procurando
Informações Médicas na Internet, Intermedic,
1 (1), julho/agosto 1997.
-
Sabbatini, R.M.E. - Colocando Informações
da Clínica na Internet. Revista Informática Médica,
1(2), janeiro/fevereiro 1997.
-
Yale C/AIM, Web Style Guide, [http://info.med.yale.edu/caim/manual/].
-
Ramalho, J. A. - HTML Avançado,
Makron Books, São Paulo, 1997.
-
Centro de Computação/UNICAMP
- Curso de Webmaster Básico, [http://www.
gacli.unicamp.br/cursos/web/].
-
Waters, C. - Webconcepção
& Design, Quark Editora, São Paulo, 1996.
Os Autores
Marcelo
Sabbatini é engenheiro, pesquisador do Núcleo de
Informática Biomédica da UNICAMP e editor associado do Grupo
de Publicações Eletrônicas em Medicina e Biologia.
Realiza pós-graduação em Comunicação
Científica na Universidade Metodista de São Paulo. Email:
msabba@nib.unicamp.br.
Renato
M.E. Sabbatini é diretor do NIB/UNICAMP, professor de Informática
Médica da Faculdade de Ciências Médicas e editor das
revistas Intermedic e Informática Médica. Email: renato@sabbatini.com |