Revista de Informatica Medica
Vol. 1 No. 2 Mar/Abr 1998
 
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Publicações Médicas na Internet 

Marcelo Sabbatini e Renato M.E. Sabbatini 

A explosão da Internet nos últimos anos tem trazido grandes modificações no campo da comunicação médica, em especial um grande crescimento no número de revistas eletrônicas de todos os tipos, possibilitando assim o acesso instantâneo em escala mundial a estas informações. Ao editor também cabem benefícios, dentre os principais o custo reduzido da forma eletrônica em relação à versão impressa. Porém, a nova mídia exige novos cuidados e novas preocupações e um modo de produção totalmente diferente ao qual os editores estão tradicionalmente acostumados.  

Neste artigo descrevemos para os leitores interessados alguns aspectos relativos ao processo de produção de publicações eletrônicas científicas e médicas voltadas para a Internet. Damos também uma lista de referências para cada tópico abordado, de modo a permtir um maior aprofundamento.  

Alguns Conceitos Básicos 

Uma webpage, ou página, é um documento composto de tal maneira que possibilite a sua exibição na World Wide Web (WWW). Além da informação textual, este documento pode conter imagens, sons, animação e vídeo. As páginas também podem conter links (vínculos) para outras páginas, constituindo assim, o que chamamos de hipertexto. A webpage também é conhecida como homepage, embora este termo seja mais recomendado para indicar a página principal de um site, ou alternativamente, um conjunto de páginas específico.  

Ao ser disponibilizada em um servidor (um computador permanentemente ligado à Internet, e que tem software especial para acesso), cada página passa a ter um endereço eletrônico na WWW, a chamada URL (Uniform Resource Locator), que tem o seguinte formato:  

http://www.socesp.org.br/revista/index.htm  

  • http - se refere ao protocolo, ou convenção que permite a comunicação entre dois computadores através de uma rede. O protocolo utilizado para a exibição de páginas da WWW é o HTTP (HyperText Transfer Protocol). 
  • www.socesp.org.br - refere-se ao host, isto é, o endereço do servidor onde está localizada a página. 
  • /revista/ - diretório ou subdiretório do computador servidor onde está localizada a página. 
  • index.htm - arquivo referente à página a ser exibida. 
Uma página na WWW é visualizada através de um programa especial chamado browser (visualizador). Os browsers mais populares são o Netscape Navigator e o Microsoft Internet Explorer, os quais têm suas versões atualizadas periodicamente. O browser interpreta os códigos contidos dentro do arquivo da página, formatando e acessando os recursos necessários da Internet. O browser pode acessar tanto páginas armazenadas na WWW, quanto as armazenadas localmente no disco rígido de um computador.  

O HTML (HyperText Mark-up Language) é uma linguagem de marcação especializada, dedicada à produção das páginas. Consiste em códigos especiais, chamados tags, ou marcadores, inseridos no texto comum, e que constituem seus comandos. O HTML possue recursos para formatar o texto, colocar cabeçalhos, inserir e posicionar figuras estáticas ou animadas, sons e videoclipes, escolher a fonte e cores de fundo e das letras, formatar tabelas e formulários interativos, e muitos outros recursos que permitem ao editor produzir e disponibilizar um material de alta qualidade gráfica.  

 

 

Uma webpage é produzida geralmente usando dois tipos de editores: um editor com visualização fiel do resultado (Netscape Editor, acima) ou um editor de HTML (FlexEd, em baixo)  

O Que São Publicações Eletrônicas 

A publicação eletrônica consiste em uma tecnologia de distribuição de informação em uma forma que possa ser acessada e visualizada pelo computador, utilizando para isso, mídia digital e recursos para adquirir, armazenar e transmitir informação de um computador para outro. A publicação eletrônica estende de várias maneiras os conceitos e recursos da mídia convencional impressa.  

Como vantagens para o editor de uma publicação científica, a publicação eletrônica na Internet apresenta uma grande audiência potencial, disponibilidade universal, para todas plataformas de hardware/software e baixo custo de investimento e de produção (com eliminação dos custos de reprodução e transporte). Traz novas formas de apresentação (áudio, vídeo, interação), integração com outros sites e documentos da WWW e indexação eletrônica simples. Fornece, além disso, como nenhum outro meio, dados estatísticos de acesso.  

Para o usuário ou leitor, a Internet apresenta as seguintes vantagens: baixo custo de acesso, disponibilidade instantânea e global, informação mais rica em conteúdo do que outras mídias, facilidade de cópia e impressão, informação mais atualizada e mais fácil de achar (através de mecanismos de busca), interconectividade de informação na WWW e diálogo interativo com autores e editores.  

No entanto a Internet, enquanto meio de publicação, apresenta algumas desvantagens: a proteção ao direito autoral é dificultada devido à possibilidade de reprodução ilimitada, a cultura prevalecente ainda é do "tudo é de graça". Existem preocupações com questões de segurança, e as conexões lentas são um obstáculo para projetos multimídia. Além disso, existe uma dificuldade crescente de se obter visibilidade, devido à grande quantidade de informações e sites disponíveis.  

Publicando na Internet 

A publicação científica eletrônica na Internet é baseada em três modelos principais:  

Versão on-line restrita de revistas impressas. O modelo mais básico apresenta somente a capa da revista impressa, informações gerais e o sumário. Um modelo intermediário apresenta os itens anteriores mais os resumos dos artigos. O mais completo apresenta ainda alguns artigos selecionados. Geralmente é de acesso livre e o seu objetivo é servir como uma "presença" na Internet ou como propaganda da versão impressa.  

Versão on-line completa de revistas impressas. Apresenta a capa da revista, informações gerais e o sumário, além dos artigos completos. Pode ser de acesso livre ou pago e servem como propaganda ou como projeto próprio  

Revistas exclusivamente on-line. Apresenta a capa da revista impressa, informações gerais e o sumário, além de multimídia e interatividade. Pode ser de fluxo contínuo ou periódico, podendo ser de acesso livre ou pago. Apresenta problemas exclusivos, como a dificuldade de contar com a colaboração de autores prestigiados, a imaturidade do meio e questões de desconfiança por parte da comunidade acadêmica, como proteção do direito autoral, segurança de dados, certificação de qualidade científica, reconhecimento do autor e indexação.  

Estruturando a Publicação 

As publicações científicas eletrônicas devem possuir algumas estruturas básicas de informação:  

Homepage: é a página principal da publicação, contendo a capa e sendo a primeira página de acesso. Deve mostrar o logotipo gráfico da revista, possuir links para seções permanentes da revista e para as edições atual e passadas. Nesta página são identificados o editor, os patrocinadores, as organizações de apoio, os prêmios recebidos. A sua mudança é ocasional, ou mesmo rara.  

 

Exemplo de home page de uma revista eletrônica. De: Revista Intermedic 

Seções de Acesso:  

Edição Presente e Passadas , Links levando à cada número da revista, cada qual com sua homepage própria, e o sumário dos artigos presentes.  

Índice Cumulativo. Contém links para todos artigos passados, categorizados em seções. Se muito grande, pode ser subdividido em páginas separadas, organizadas logicamente.  

Página de Busca. Dá acesso a um mecanismo de busca local que utilize palavras-chave.  

Outras informações complementares que podem estar presentes na revista são um contador de acessos à homepage, um glossário de termos utilizados na publicação, e um catálogo de links relevantes para recursos similares na Internet. Recomenda-se também colocar uma seção do tipo "O que há de novo", com uma lista datada de adições e modificações.  

 

Exemplo de artigo de texto completo em uma publicação eletrônica. De: Revista Intermedic 

PDF 

Muitas publicações eletrônicas são oferecidas no formato PDF (Portable Document Format), um padrão criado pela empresa Adobe, que permite a diagramação exata dos documentos, além da utilização de recurso tipográficos. A qualidade da cópia impressa é semelhante a da mídia impressa. Outra vantagem é a produção automatizada de arquivos PDF a partir de arquivos em PageMaker utilizados na editoração eletrônica da mídia impressa. Esta característica facilita a migração de revistas em publicadas em papel para a forma eletrônica.  

 

Programa Acrobat, para exibição de documentos on-line no formato PDF. De: Brazilian Journal of Medical and Biological Research 

Suas desvantagens porém são a necessidade de um programa externo para ler os documentos, chamado Adobe Acrobat Reader, a necessidade do descarregamento completo do artigo para se ter acesso ao mesmo e a impossibilidade de se aplicar buscas de palavras-chave no texto. O formato PDF é portanto recomendado a ser utilizado conjuntamente com o HTML (modelo híbrido de publicação), em documentos destinados ao download e impressão posterior, e não para a leitura on-line.  

Multimídia 

A publicação eletrônica pode ser uma experiência multimídia, ao disponibilizar arquivos de imagens, sons e vídeos, estes últimos não sendo possíveis na mídia impressa.  

O uso de gráficos é um elemento decisivo na construção bem sucedida de uma página. A maior dificuldade é a obtenção das imagens, que deverão preferencialmente ser produzidas especialmente para o site, para atender os requisitos de lay-out e design. Atualmente, os browsers reconhecem dois formatos de imagens, comprimidos para sua utilização ótima (GIF e JPG). O uso de imagens deve ser cuidadosamente medido, pois páginas "pesadas" graficamente, isto é, que possuam uma grande quantidade de gráficos podem tornar-se excessivamente lentas para o carregamento, afastando o público receptor. Porém, a página deve ter apelo visual suficiente para atrair a visão do usuário.  

Um importante uso das imagens é o da informação propriamente dita, como por exemplo no caso de imagens médicas. Nos casos em que uma imagem com alta resolução é necessária recomenda-se criar uma página com thumbnails (versões reduzidas da imagem principal), com links para a imagem de maior resolução. Existem três métodos para a utilização de imagens: 1. ausência de imagem in-line, link textual para a imagem completa; 2. imagem in-line completa e 3. imagem em thumbnail, com link para a imagem completa  

Para a produção de imagens são usados programas de edição, dentre os quais se destaca o Adobe Photoshop. Este programa, apesar de apresentar grandes recursos, exige um certo treinamento prévio, devido a sua complexidade e é algo caro. Uma outra opção é o PaintShop Pro, mais indicado para desenvolvedores iniciantes. Outra ferramenta importante são os bancos de imagem e de de cliparts, disponíveis em CD-ROM e na Internet.  

 

Editor de imagens Adobe Photoshop 

A adição de sons à uma aplicação na Internet deve ser considerada somente quando necessária ou quando tiver um sentido prático. Atualmente os browsers, suportam os formatos AU, MID e WAV de som que podem ser incorporados à qualquer página. Geralmente, arquivos de som não são comprimidos, de forma que a velocidade pode ser compromissada. Uma prática recomendável é identificar para o usuário o tamanho do arquivo.  

As mesmas condutas servem para vídeos. Nem todos os browsers, principalmente as versões mais antigas, suportam todos os formatos de vídeo, sendo os mais comuns o AVI e o MOV. Dependendo do browser, é necessária a instalação de um plug-in, um programa externo ao qual é associado o tipo de vídeo. O RealAudio é um formato comprimido de sons e imagens, atualmente bastante utilizado em diversas aplicações (extensão .ra ou .rm), mas requer um plug-in. Este, denominado RealAudio Player, é distribuído gratuitamente pela empresa fabricante, a Real Media. A sua grande vantagem é apresentar uma alta taxa de compactação, possibilitando assim, a introdução de sons e vídeos de maior duração. Através do RealAudio também pode-se realizar transmissões streaming, ou seja contínuas, podendo mesmo a ser realizadas em tempo real.  

Design e Layout 

A organização espacial de gráficos e textos na página deve atrair o usuário com impacto gráfico, direcionar sua atenção, priorizar informação e fazer suas interações com o site mais agradáveis e eficientes. O design gráfico cria uma lógica visual e um balanço ótimo entre a sensação visual e a informação gráfica ou textual. A continuidade visual e gráfica na organização de seu site, design gráfico e tipografia são essenciais para convencer o seu usuário que o seu site oferece informação útil. Uma abordagem cuidadosa e sistemática ao design da página pode simplificar a navegação, diminuir erros e facilitar o acesso à informação e aos recursos disponíveis.  

A abordagem sistemática dos conceitos e práticas envolvidos na criação do lay-out de páginas está além do escopo deste artigo. Uma excelente referência para este assunto é o manual de estilo elaborado pelo Centro de Mídias Instrucionais Avançadas da Universidade de Yale.  

Questões de Acesso 

O objetivo da publicação eletrônica é fornecer ao usuário a informação desejada no menor número possível de passos e no menor tempo possível. Uma hierarquia adequada de informações deve ser planejada. Estudos de interface revelam que menus apresentando de cinco a sete links são preferidos pelos usuários. Também são preferidas poucas telas densas de menus a muitas camadas de menus simplificados.  

A questão da largura de banda, ou seja, a capacidade da conexão de transmitir dados é outra questão relevante. A maioria dos usuários não tolera a espera muito longa para uma página carregar. Desse modo, páginas com conteúdo excessivamente gráfico devem ser evitadas. Outra prática possível é a utilização uma versão alternativa da publicação, com baixa densidade de gráficos.  

 

Exemplo de imagens in-line 

A publicação deve fornecer recursos para o diálogo e feedback dos usuários, através de email ou páginas de formulário. A questão do feedback também está intimamente relacionada com a capacidade do editor em responder às perguntas e comentários enviados. Um link que deve constar da maioria das páginas é aquele para o editor ou "webmaster" responsável pelo site.  

Interatividade 

Ao contrário da mídias impressa tradicional, a Internet possibilita um alto grau de interação entre o emissor e o receptor, através de várias tecnologias possíveis. Neste sentido, as páginas na Internet deixam de ter um caráter puramente textual, passando a ter um caráter dinâmico e interagindo com as necessidades do usuário. Entre as formas de interação possíveis de serem implementadas, destacamos a capacidade de pesquisar e recuperar informações armazenadas em bancos de dados do servidor, e a utilização de programas aplicativos on-line de naturezas diversas, entre eles as salas de conferência virtuais, mais comumente chamados de chats 

A interatividade de uma publicação eletrônica pode ser conseguida através de vários recursos técnicos disponiveis, tais como o CGI, o Java e o JavaScript, e o VRML. O CGI (Common Gateway Interface) é um protocolo que permite criar páginas dinâmicas baseado nas informações a partir de botões, listas de seleção e outros campos de formulários HTML. Quando acionado um link para um CGI, um programa é executado e geralmente uma página HTML é retornada. Os scripts CGI ficam em um diretório especial do servidor chamado cgi-bin e não no diretório em que ficam os arquivos HTML. As tarefas mais comuns desempenhadas por programas CGI são: resposta automática a email e submissões de formulário, validação de dados de formulários, geração de páginas personalizadas automaticamente, acesso a mecanismos de busca internos, controle de acesso através de login e senha, acesso e manutenção de bases de dados, contadores em páginas, controle de estatísticas de publicidade, operação de chats on-line, inscrição em listas de discussão, etc.  

Criada pela empresa Sun Microsystems, Java é um ambiente de programação simples e robusto, independente da plataforma, dinâmica e de propósito geral. É ideal para criar mini-aplicativos (applets) para a Internet, que executam na página da publicação. Para aplicações mais comuns, existem programas e applets Java disponíveis na própria Internet. As principais aplicações do Java são: gráficos animados. mapas de imagem "inteligentes", validação de formulários, questionários e testes interativos on-line, operação de chats, etc.  

O JavaScript não deve ser confundido com Java; e consiste em uma linguagem que é inserida como texto dentro do documento HTML. Também pode ser facilmente adotado por não-programadores, possibilitando o uso algumas aplicações bastante úteis, como por exemplo: informações sobre a página sendo mostrada,coleta de informações sobre o usuário, exibição de hora e data na página, menus de navegação, identificação do browser utilizado pelo usuário, identificação da resolução de tela utilizada pelo usuário, validação de formulários, gerador de links e imagens aleatórias, etc.  

Realidade Virtual 

VRML significa Virtual Reality Modeling Language (Linguagem de Modelamento de Realidade Virtual) e permite a criação de ambientes virtuais em três dimensões, e o deslocamento através do mesmo. Embora algumas aplicações interessantes possam ser vislumbradas para esta tecnologia, ela não é totalmente prática, pois exige grandes recursos do computador cliente. As versões mais atuais dos browsers disponíveis no mercado já apresentam compatibilidade com o VRLM, dispensando portanto o uso de plug-ins.  

Chats 

As salas de chat (bate-papo) virtuais podem dar à comunicação médica um novo sentido, ao permitir a conferência virtual, com interação em tempo real de médicos localizados em qualquer local. As salas de chat podem funcionar assim dentro de uma publicação eletrônica como um fórum de debates temáticos.  

 

Um chat baseado na WWW 

O funcionamento do chat é bastante simples. Em uma parte da tela, o usuário entra com a mensagem que deseja mandar e pressiona o botão "enviar". Na parte de cima da tela, que é renovada constantemente, aparecem as mensagens dos diversos usuários, identificadas com o apelido (nickname) do remetente e a hora de envio. Para chats destinados à aplicações acadêmicas, são necessários alguns cuidados especiais no seu desenvolvimento, como a necessidade de senhas de acesso; a possibilidade de haver um moderador na sala, área de exibição de imagens, etc. Também é necessário disponibilizar uma página de instrução aos usuários, para que estes desenvolvam uma conduta adequada durante as reuniões. Existem na rede diversos aplicativos de chat, construídos tanto em Java quanto em CGI, que podem ser copiados e implementados livremente.  

Busca 

A utilização de mecanismos de busca interna é uma prática altamente recomendável e faz com que o usuário perca menos tempo navegando por páginas procurando a informação desejada, agilizando também o uso da rede. Existem produtos comerciais e gratuitos disponíveis na própria rede, tais como o freeWAIS-sf, o Excite e o WAIS. Além destes, é possível achar applets Java e scripts de cgi-bin que implementam uma interface de busca no site.  

Manutenção e Atualização 

O webmaster é o nome do responsável pela parte final e crucial do processo de publicação: o carregamento dos arquivos (arquivos HTML, arquivos de imagem e multimídia) no computador servidor. A transferência de arquivos é realizada através do protocolo FTP (File Transfer Protocol), que exige o uso de um software de FTP dedicado. Em todos os casos, invariavelmente, o computador servidor deve ter acesso restrito, exigindo uma senha para permitir o carregamento de arquivos.Uma etapa anterior à divulgação e liberação da publicação para o acesso externo é a verificação on-line da publicação, ou seja, deve ser efetuado um teste de navegação, que envolva a navegabilidade interna de páginas, os mecanismos de mudança de página (próximo capítulo/seção, capítulo/seção anterior, página principal, próxima página, página prévia, retornar à página), os componentes do índice e da busca, os componentes multimídia e os links externos.  

 

Programa WS-FTP LE para Window 95: Carregamento de arquivos de uma publicação no servidor. Esquerda: especificação do endereço do servidor e senha de acesso. Direita: painel de controle de transferência de arquivos. A direita: máquina local. A esquerda: servidor. 

 

Mecanismo de publicação por FTP embutido no Netscape Editor. 

Divulgando a Publicação 

Uma vez produzida e disponibilizada, a publicação deve ser divulgada, para que os usuários tenham acesso a ela. Estima-se que atualmente a Internet contem cerca de 3 bilhões de documentos, o que faz com que as informações desejadas sejam acessíveis somente através de métodos especiais de pesquisa e de busca. Táticas sistemáticas de promoção são mandatórias, requerendo o conhecimento especializado de softwares e serviços.  

Tratando-se de uma publicação médica ou científica, esta deverá ser anunciada ao público ao qual se destina, através de malas diretas, anúncios em outras publicações especializadas, etc. No entanto, deve-se evitar a prática de disseminação indiscriminada de mensagens eletrônicas, conhecida como spam, e que se caracteriza como atividade altamente não-recomendável na Internet, podendo ser considerada crime. O endereço eletrônico da publicação também deve ser divulgado em publicações impressas, especialmente quando é a versão on-line da mesma.  

Um caso especial da divulgação é o da listas de discussão por email, que abrangem praticamente todas as áreas do conhecimento humano. Nestas listas, cada mensagem submetida é enviada a todos assinantes da lista, com grande efeito multiplicador. É necessário observar, porém, as regras de conduta de cada lista específica, atentando para o fato de elas permitirem ou não tal tipo de publicidade.  

Para o registro sistemático da URL básica da revista existem dois tipos de recursos na Internet: os catálogos e os mecanismos de busca (ou índices). Os catálogos contém coleções de links que são categorizados ou subdividos em vários tópicos e sub-tópicos. Os links devem ser submetidos pelas próprias pessoas que colocaram a informação na Internet, ou seja, deve ser uma atividade realizada pela equipe editorial da publicação eletrônica. Existem catálogos internacionais, como o Yahoo! (http://www. yahoo.com/), e nacionais, como o Cadê? (http://www.cade.com.br/) e o Surf (http://www.surf.com.br/).  

Os índices, por sua vez, enfatizam o oferecimento de um sistema abrangente de busca de informação que geralmente indexa, palavra por palavra, cada um dos documentos existentes na Internet. Ao contrário dos catálogos, os índices geralmente não precisam ser avisados da existência de uma página na Internet, pois funcionam baseados em spiders ("aranhas" ou robôs de software) que realizam a indexação de forma automática. No entanto a submissão da URL agiliza e garante a realização do processo, e é portanto recomendada.. Além do anúncio inicial e principal da publicação, poderão ser indexados seções especiais e edições individuais. Exemplos de recursos deste tipo são: Web Crawler, Infoseek, Lycos, Altavista, HotBot e Excite.  

Tanto os catálogos como os índices pedem informações bastante semelhantes no ato de submissão de um novo endereço, como por exemplo, nome da página, endereço, pessoa responsável, endereço de correio eletrônico para contato, palavras-chave para classificação e texto descritivo. Dois softwares típicos para a execução desta tarefa são o 9xSpiderWeb e o Ablaze Pro. Baseado neste princípio surgiram softwares de promoção de sites que realizam a tarefa automaticamente. As informações acima mencionadas são preenchidas somente uma vez. Ao iniciar a operação, o programa registra automaticamente a página nos mecanismos de busca selecionados a partir de uma lista própria. Alternativamente, existem sites como o Submit It!, que têm desempenho semelhante ao dos softwares de promoção.  

 

Programa SPIDER para registro automático de sites nos principais índices e catalogos. A direita: ficha de preenchimento dos dados do site. Esquerda: lista de índices e catálogos em que se quer registrar. 

Manutenção dos Leitores 

Devem ser utilizadas estratégias para fazer os leitores freqüentarem a publicação de maneira sistemática. Entre elas podemos destacar o o registro on-line de leitores e usar a base de dados para notificações por email e a oferta de um sistema de notificação automático por email de mudanças nas páginas. No caso da publicação ser periódica, é bom fixar a data de publicação dos novos números e anunciar na edição presente a data de publicação da próxima edição.Caso a publicação seja contínua, atualizá-la num dia da semana de fácil recordação.  

 

Formulário de registro on-line dos usuários de uma revista eletrônica. De: Revista Intermedic 

Conclusões 

Atualmente, tornou-se bastante fácil editar uma publicação eletrônica na Internet, seja ela já existente previamente em mídia impressa, ou puramente eletrônica. A tecnologia é amplamente disponível, inclusive software aplicativo e recursos on-line, como CGI, Java, etc. Um bom começo para todos aqueles que desejam partir para tal realização seria realizar um curso de webmaster, concepção e implementação de sites, ou cursos e consultorias específicasDesde 1995, essas atividades vêm sendo desenvolvidas pelo nosso grupo na UNICAMP, atualmente o maior grupo editorial na área médica na América Latina (Grupo e*pub de Publicações em Medicina e Biologia). O grupo edita cerca de 15 revistas eletrônicas, inclusive as publicações próprias Intermedic, Informática Médica, Saúde & Vida On-Line, Cérebro & Mente e Odonto On-Line 

De maneira geral, não é difícil elaborar e dosponibilizar uma publicação eletrônica na WWW. Esse é um dos fatores responsáveis pelo seu grande crescimento  

Para Saber Mais 

 

Endereços de Recursos na Internet 

9xSpiderWeb: http://www.gkweb.com/  

Ablaze Pro: http://www.vpromo.com  

Adobe Acrobat: http://www.adobe.com/prodindex/acrobat/  

Adobe Photoshop: http://www.adobe.com/prodindex/acrobat/  

Allaire Homesite 3.0: http://www.allaire.com/  

Bandwidth Conservation Society: http://www.infohiway.com/faster  

CuteFTP: http://www.cuteftp.com/  

e*pub - Grupo de Publicações Eletrônicas em Medicina e Biologia: http://www.epub.org.br/  

Excite for Web Servers: http://www.excite.com/navigate/  

Freecode.com: http://www.freecode.com  

FreeWais: http://amaunet.cs.uni-dortmund.de/projects/ir/freeWAIS-sf/freeWAIS-sf.html/  

Fulcrum Search Server: http://www.wais.com/  

Gif Construction Set: http://www.mindworkshop.com/alchemy/gifcon.html  

HotDog 5.0: http://www.sausage.com/  

HyperJournal: http://www.ukoln.ac.uk/isg/hyperjournal/ 

Lycos Web Design Guide: http://www.lycos.com/resources/webdesign/index.html  

Matt's Script Archive: http://www.worldwidemart.com/scripts/  

GIF Animator: http://www.microsoft.com/imagecomposer/gifanimator/gifanin.htm  

PaintShop Pro: http://www.jasc.com/psp.html  

Photoshop.org: http://www.photoshop.org/  

PORTA 2000: http://www.porta200.com.br/  

Publicly Accessible Mailing Lists: http://www.NeoSoft.com/internet/paml/  

RealMedia: http://www.real.com/  

Submit it!: http://www.submit-it.com/  

Submit the Internet Resource Center: http://www.submit.com/  

The CGI Resource's Index: http://www.cgi-resources.com/  

The HTML Goodies Homepage: http://www.htmlgoodies.com/  

The HTML Writers Guild: http://www.hwg.org/  

The Java Boutique: http://javaboutique.internet.com/  

The JavaScript Source: http://javascriptsource.com/main.html  

The VRLM Repository: http://www.sdsc.edu/vrml/  

Tucows: http://www.tucows.com  

WebCoder.com: http://www.webcoder.com/index_real.html  

WebTechniques.com: http://www.webtechniques.com/  

World Wide Web Consortium: http://www.w3.org/  

WS FTP: http://www.ipswitch.com/index.html 

Os Autores

Marcelo Sabbatini é engenheiro, pesquisador do Núcleo de Informática Biomédica da UNICAMP e editor associado do Grupo de Publicações Eletrônicas em Medicina e Biologia. Realiza pós-graduação em Comunicação Científica na Universidade Metodista de São Paulo. Email: msabba@nib.unicamp.br 

Renato M.E. Sabbatini é diretor do NIB/UNICAMP, professor de Informática Médica da Faculdade de Ciências Médicas e editor das revistas Intermedic e Informática Médica. Email: renato@sabbatini.com 

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© 1998 Renato M.E. Sabbatini
Núcleo de Informática Biomédica 
Universidade Estadual de Campinas 
Campinas, Brasil
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