Caso Clínico On-Line
1. Pancreatite Pós-Operatória

História Clínica

Paciente obeso de 50 anos, sexo masculino, com sintomas prostáticos, interna-se em 5 de agosto de 1998 para RTU por hiperplasia prostática benigna. IMC maior que 35.

Após doze horas da RTU, apresenta dor abdominal, abdômen globoso sugestivo de infiltração de líquidos. Realiza laparotomia exploradora com incisão mediana infra-umbilical, dissecção de retroperitônio, com colocação de drenos.

No primeiro dia PO desenvolve dor abdominal intensa e difusa, com abdômen distendido, mas parede flácida. Hipertensão arterial. Constata-se também leve icterícia e diminuição do murmúrio vesicular na base pulmonar esquerda. Suspeita-se de pancreatite aguda. Exames compatíveis com o diagnóstico prognosticam quadro grave (critérios de Ranson mais que 7).

Em 7 de agosto, insuficiência respiratória necessitando respiração mecânica.

Exames Laboratoriais

 
06/08/1998
08/08/1998
Leucócitos
22000
11300
Hematócrito
36
27
Bilirribinas total
3,1
4,02
Bilirrubinas direta
1,5
3,1
TGO
784
55
TGP
598
168
Uréia
92
140
Creatinina
2,3
7,9
Glicose
166
151
Amilase
1798
305
Cálcio
8,9
5
Colesterol
99
---
Triglicerídeos
110
---
LDH
1913 (221)
654
TAP
65%
80%
Proteína C-reativa
306 (6)
84
pH
7,33
7,35
pO2
89
64
HCO3
14,3
17,8
BE
-9,6
-6

Em 8 de agosto, instabilidade hemodinâmica e insuficiência renal aguda, oligoanúrica, inicia-se hemodiálise. Mantém-se sob respiração mecânica, tratamento dialítico e cuidados intensivos. Estabilidade hemodinâmica, abdômen menos distendido e indolor. Oligoanúrico.

Em 20 de agosto, devido a relativa melhora é extubado e apresenta parada cárdio-respiratória necessitando de respiração mecânica. Apresenta hemorragia digestiva aguda por duodenite, papilite erodida e três úlceras duodenais sangrantes.

Mantém-se em insuficiência renao e oligoanúrico. Submete-se novamente a tratamento dialítico, agora peritonial. Desenvolve coagulopatia de consumo e instabilidade hemodinâmica de difícil controle.

Em 26 de agosto, óbito por parada cardíaca.

Tomografias abdominais

Dr. Almiro J.B. de Miranda Ramos