Revista Informédica
NOTÍCIAS
Exterior
O computador mapeia o cérebro
Em um fantástico desenvolvimento tecnológico, que mistura
computadores, supercondutividade e física nuclear, cientistas da
Califórnia conseguiram recentemente fazer um mapa tridimensional
da atividade elétrica do cérebro. O sistema, batizado por
seus inventores de Visualização de Fonte Magnética
(ou MSI, sigla das palavras em inglês), permite detectar, com preciso
de milímetros, em que parte do cérebro esto funcionando grupos
de células cerebrais (neurônios) durante a chegada de uma
informação sensorial (um estímulo visual ou auditivo,
por exemplo), ou até mesmo quando o cérebro processa um pensamento
ou tarefa mental (por exemplo, um cálculo matemático). A
maior aplicação do sistema, segundo os doutores C.C. Gallen
e F.E. Bloom, pioneiros na utilização do MSI, consistirá
na diagnóstico e estudo de fenômenos patológicos, como
a epilepsia, que se caracteriza por uma violenta e caótica "tempestade"
elétrica cerebral; o derrame cerebral, e até alterações
psiquiátricas.
O sistema MSI funciona da seguinte maneira: o paciente tem sua cabeça
colocada dentro de um aparelho chamado tomógrafo de ressonância
magnética, chamado MRI. Este aparelho permite obter imagens altamente
precisas da cabeça, mostrando, inclusive, detalhes anatômicos
do interior do cérebro, como se ele tivesse sido "cortado" em fatias.
O tomógrafo MRI se baseia nos sinais emitidos pelos núcleos
de hidrogênio contidos no cérebro (na maior parte, na água),
quando submetidos a um campo magnético intensíssimo. As imagens
digitais São produzidas por um sofisticado programa de computador,
acoplado ao tomógrafo. Em seguida, o campo magnético do tomógrafo
é desligado, e um outro aparelho, chamado magnetoencefalógrafo,
registra os minúsculos campos magnéticos gerados pela atividade
elétrica dos neurônios, quando eles funcionam. A localização
espacial dessa atividade é então superposta pelo software
do computador ao da imagem obtida anteriormente pelo tomógrafo,
usando uma cor diferente. O resultado é um mapeamento tridimensional
preciso da atividade cerebral, que pode enãto ser associado à
fenômenos mentais normais ou patológicos. O aspecto curioso
deste novo híbrido tecnológico é que ambos aparelhos
utilizam enormes bobinas elétricas resfriadas por hélio líquido,
para conseguirem o fenômeno da supercondutividade (estado em que
os elétrons fluem livremente por um condutor sem precisar de uma
voltagem, e sem gerar calor). O tomógrafo usa essas bobinas elétricas
para produzir o gigantesco campo magnético necessário para
estimular os prótons dos átomos no cérebro, o qual
é algumas milhões de vezes mais intenso que o campo magnético
natural da Terra. O magnetoencefalógrafo, por sua vez, utiliza também
uma bobina detectora de campos magnéticos, denominada SQUID, que
precisa estar em estado de supercondutividade, para poder captar os campos
gerados pela atividade elétrica das células, por sua vez
milhões de vezes mais fracas do que o campo terrestre. O enorme
poder de cálculo dos computadores atuais, que são capazes
de realizar em paralelo até 1 bilhão de operações
por segundo, e um sofisticado software de computação gráfica,
juntam tudo isso em imagens inéditas do funcionamento do nosso cérebro.
O MSI promete revolucionar a Medicina, não só no estudo do
cérebro. Cientistas da Siemens, na Alemanha, conseguiram fazer o
mesmo mapeamento para a atividade elétrica do coração,
detectando anomalias de condução elétrica que causam
doenças cardíacas. No Brasil, grupos de pesquisa no Instituto
de Física da Pontifícia Universidade Católica do Rio
de Janeiro, no Instituto de Física e Química da Universidade
de São Paulo, em São Carlos, e do Instituto do Coração
da USP, já estão pesquisando os elementos dessas novas tecnologias,
como a construção de tomógrafos de ressonância
magnética e de magnetoeletrocardiógrafos; desde o início
da década dos 80.
Estados Unidos Preparam a
Rede do Futuro
Em uma iniciativa que terá um enorme impacto sobre todos os setores
da sociedade (inclusive a Medicina), o governo norteamericano, sob a liderança
do vice-presidente Albert Gore, deu largos passos na direção
de montar uma fabulosa rede eletrônica digital interligando a maior
parte dos computadores existentes nas universidades, centros de pesquisa,
repartições governamentais, escolas, hospitais e empresas.
Essa rede, denominada NREN (National Research and Education Network - Rede
Nacional de Pesquisa e Educação), apelidada de "rodovia de
dados", utilizará uma tecnologia de transmissão de dados
por fibras opticas a alta velocidade (3 bilhões de bits por segundo,
cerca de 70 vezes mais rápida do que a versão atual da rede
acadêmica Internet). Essa malha de comunicação permitirá
o envio corriqueiro de imagens, voz e outros sinais, além de texto.
Para se ter uma idéia, significa poder enviar cerca de 10.000 tomografias
por segundo, ou o texto completo de uma Enciclopédia Britânica
por segundo. A Medicina será um dos setores que mais se beneficiará
com esta tecnologia, como fica aparente no exemplo dado. Hospitais, clínicas
e consultórios médicos poderão enviar eletronicamente
informações completas sobre os pacientes, permitindo a teleconsulta,
a telemedicina (aquisição de dados e controle remotos de
instrumentos biomédicos), e o registro médico universalmente
disponível. Os impactos sobre a educação médica
também serão imensos (por exemplo, através da tele-educação
interativa, bancos de dados de imagens para ensino, teleconferências
eletrônicas, etc.). Um indicativo de que a Medicina será uma
das prioridades é o fato de que o cientista Donald Lindberg, atual
presidente da National Library of Medicine, ligado ao National Institute
of Health, foi nomeado para presidir o consórcio NREN. Lindberg
é um dos "pais" da Informática Médica nos EUA. O orçamento
previsto para o projeto é de US$ 400 milhões até 1995,
quando se espera finalizar a malha principal do sistema. E o Brasil, como
fica ? Evidentemente, como outros países em desenvolvimento, estaremos
fora da malha principal, o que nos impossibilitará usufruir dos
recursos técnicos mais sofisticados da NREN.
Os "Livros Eletrônicos"
Conquistam a Cardiologia
O desenvolvimento de uma nova técnica computadorizada de acesso
a textos e imagens, chamada multimídia, está revolucionando
o ensino da Medicina. Um exemplo é a Cardiologia. Um consórcio
acadêmico e médico norteamericano de cardiologistas, o Grupo
Harvey, associou-se com o Laboratório de Treinamento Médico
e Simulação da Universidade de Miami, para criar um sistema
de multimídia para o ensino de Cardiologia, que reune textos, animações
gráficas, vídeo e som, armazenados em discos laser que podem
ser acessados diretamente por um microcomputador. Os programas simulam
casos clínicos nas mais variadas áreas da patologia cardiovascular,
incluindo a história médica do paciente, exame físico,
pulsos arteriais e venosos, bulhas cardíacas, resultados de exames
subsidiários (ECG, radiografias, cintilografias, ecocardiografia,
angiografias, etc.), terapia (inclusive vídeos de cirurgias) e achados
anátomopatológicos (macro e micro). A medida que o caso evolui,
o programa de computador faz perguntas ao estudante, e avalia o seu desempenho.
O Grupo Harvey, formado pelas universidades de Arizona, Duke, Emory, Florida,
Illinois e Mayo Clinic, fez um teste com 432 estudantes, residentes, e
médicos assistentes, e constatou que mais de 90% dos alunos relataram
uma sensível melhora na sua capacidade de solução
de problemas clínicos em Cardiologia.
Outros três grupos acadêmicos, das Universidade de Georgetown,
em Washington, DC; Drexel, em Filadélfia, e Cornell, em New York,
também estão desenvolvendo "livros eletrônicos" para
o ensino da Cardiologia. O primeiro utilizou microcomputadores Macintosh
tem o objetivo de ensinar a fisiologia cardíaca através de
imagens dinâmicas geradas pelo computador. O grupo de Drexel, liderado
pelo Prof. Stephen Dubin, desenvolveu um sistema computadorizado de ensino
da interpretação do ECG, chamado EKGenius; enquanto que a
Dra. Susanne Stenhaas, de Cornell, produziu um videodisco, chamado Slices
of Life (Fatias da Vida), que contém quase 50.000 imagens médicas
estáticas e dinâmicas, acompanhado de programas específicos
para o ensino assistido por computador em várias áreas, inclusive
Cardiologia.
Existem atualmente vários programas comercialmente disponíveis
para o ensino da cardiologia básica. Os dois mais conhecidos, EKGLab
e HeartLab, permitem ensinar as bases do ECG normal e patológico
e a semiologia da ausculta cardíaca, respectivamente. Ambos foram
desenvolvidos pela Universidade de Harvard para microcomputadores Macintosh,
e utilizam extensamente a técnica de multimídia. São
comercializados pela editora William & Wilkins (Electronic Media).
O Núcleo de Informática Biomédica da UNICAMP oferece,
em seu acervo de software de domínio público, o programa
EKGTutor, para microcomputadores da linha IBM-PC.
Telecomunicações
Racionalizam os Custos da Saúde
O custo da assistência médica em muitos países está
subindo de forma assustadora. Nos EUA, já atingem quase 1 trilhão
de dólares anuais, e não há estabilização
a vista, o que motivou a criação de uma comissão de
reforma do sistema de saúde, coordenado pela primeiradama, Hillary
Clinton. Um dos maiores fatores de custo é justamente a crescente
sofisticação da tecnologia médica, que utiliza cada
vez aparelhos e procedimentos cada vez mais caros.
Agora, a própria tecnologia poderá vir em socorro do sistema
de saúde dos países desenvolvidos, através dos sistemas
de telecomunicação. Apenas nos EUA, estima a empresa de consultoria
Arthur D. Little, Inc., poderão ser economizados cerca de 36 bilhões
de dólares, se forem utilizados mais amplamente os sistemas de telemedicina,
teleconsulta e transmissão eletrônica de dados (EDI - Electronic
Data Interchange). Nos sistemas de telemedicina, dados dos pacientes, como
o ECG de cardíacos graves, monitorados a partir de suas casas, podem
ser enviados por telefone para centros de interpretação e
análise. Em outra aplicação da telemedicina, hospitais
italianos estão utilizando a tele-diálise, que permite controlar
a distância, por computador, um hemodialisador simplificado, colocado
na casa do paciente nefropata ou em um posto de saúde periférico.
O estudo de cinco anos mostrou uma redução de até
70 % nos custos da hemodiálise, um dos procedimentos mais caros
da assistência médica em todo o mundo. Nos sistemas de teleconsulta,
médicos localizados em hospitais afastados, podem enviar sinais
e imagens do paciente, como raios-x e fotografias, e consultar colegas
mais especializados em grande centros, aumentando assim a qualidade e a
confiabilidade da atenção médica. A empresa Nynex
Corp, do grupo ATT, por exemplo, colocou uma rede de fibras óticas
entre diversos hospitais do estado de Massachussets, permitindo a transferência
digital de imagens e de registros médicos entre três cidades.
Outra solução interessante dada pelo EDI é o processamento
eletrônico de seguros médicos. Nos EUA, são submetidos
às seguradoras médico-hospitalares mais de 4 bilhões
de compensações anualmente. Ao automatizar o processo via
redes nacionais de computadores, os pacientes e médicos são
reembolsados mais rapidamente, e a conexão com os sistemas dos bancos
permite reduzir as perdas inflacionárias, que são gigantescas
em países como o Brasil. O menor desperdício reflete em mais
dinheiro disponível para o setor. A Associação Médica
Americana (AMA) instituiu um sistema em que cada médico associado
tem um microcomputador especializado em seu consultório, ligado
à rede AMANet e aos bancos, e permitindo assim informação
imediata e pagamento no mesmo dia dos serviços prestados aos pacientes.
A utilização dos prontuários médicos de
bolso (patient cards), que são cartões óticos capazes
de armazenar todos os dados do prontuário médico de um paciente
em um único lugar, permitirá também reduzir dramaticamente
o custo de realização de exames duplicados e de armazenamento
de registros em papel, bem como diminuir os processos de má-prática
médica (um dos fatores importantes de custo), graças a uma
melhor documentação.
Infelizmente, não existem iniciativas deste tipo no Brasil, ainda.
A tecnologia, entretanto, está disponível e não é
muito cara. Quem se habilita ?
Argentina Tem Fundação
de Informática Médica
Um consórcio de médicos e hospitais na Argentina teve a boa
idéia de aumentar a difusão do uso de computadores no setor
de saúde daquele país, através da criação
da Fundação de Informática Médica, uma organização
privada dirigida por uma dinâmica médica especializada em
Informática, Dra. Nora Oliveri. A Fundação tem organizado
cursos, reuniões, seminários e congressos), feiras técnicas,
etc. Promove, ainda, intercâmbio com instituições internacionais
na área, sendo a representante argentina do sistema de acesso on-line
de baixo custo à National Library of Medicine, a maior biblioteca
médica do mundo, através de um sistema denominado Bitnis.
A fundação gerencia também o acesso à rede
acadêmica Internet, através do Dr.Net. Uma empresa privada
argentina, PccP, fornece senhas de acesso à rede Internet, para
médicos, clínicas, laboratórios e hospitais argentinos,
sendo que mais de 300 deles já estão ligados. A Fundação
também edita um Suplemento de Informática Médica,
publicado mensalmente com uma revista médica (veja seção
Leia neste número).
A Fundação realizou em 8 a 10 de junho deste ano o II
Fórum de Informática Médica, juntamente com uma exposição
técnica, que contou com cerca de 20 expositores. No Fórum,
diversos especialistas nacionais e estrangeiros ministraram palestras e
cursos para cerca de 200 participantes. O editor de Informédica,
Prof. Renato M.E. Sabbatini, da UNICAMP, foi o convidado principal, tendo
ministrado duas palestras e participado de duas mesas-redondas. Na ocasião,
o Prof. Sabbatini doou à Fundação diversas publicações,
inclusive duas assinaturas de Informédica, bem como um conjunto
completo dos softwares de domínio público do Centro de Documentação
em Informática Biomédica (CEDIB) da UNICAMP. Até meados
de julho, cerca de 100 cópias já haviam sido distribuídas
pela Fundação a médicos interessados.
Informações mais detalhadas podem ser conseguidas pelos
interessados no seguinte endereço: Armenia 1538/40, 1414 Buenos
Aires, Argentina, Tel. (0054 1) 71-1764, Fax. (0054 1) 71-7997.
Argentinos Fundam Sociedade
de Informática Médica
Em reunião durante as Jornadas de Informática Médica
de Buenos Aires, realizadas na cidade de Villa Gesell, próxima a
Mar del Plata, em setembro último, um grupo de especialistas na
área decidiu criar a Sociedade Argentina de Informática Médica.
Na assembléia de criação, que contou com cerca de
50 participantes, foi apresentada a proposta de criação,
contendo os objetivos e estatutos da futura sociedade. O Prof. Renato M.E.
Sabbatini (editor de Informédica, membro fundador, ex-presidente
e atual secretário da Sociedade Brasileira de Informática
em Saúde) foi convidado a apresentar a experiência brasileira
na criação da SBIS, em Campinas, SP, durante o I Congresso
Brasileiro de Informática em Saúde, em novembro de 1986.
Decidiu-se seguir o exemplo brasileiro nesse sentido, criando-se uma sociedade
fundamentalmente acadêmica e profissional, mas contando com uma abertura
estatutária à participação de médicos,
estudantes, empresários e técnicos interessados nas aplicações
da Informática no setor de Saúde, em geral. A criação
da SAIM foi o ponto culminante de uma série de atividades nos últimos
dois anos na República Argentina, que indicaram o grande crescimento
do setor profissional e do interesse dos usuários pela Informática
em Saúde, tais como a criação de uma Fundação
de Informática Médica (veja Informédica nº 3),
a realização, com grande sucesso de três congressos
especializados, em 1992 e 1993, em Buenos Aires e Rosário, e as
atividades agregadoras passadas de especialistas conhecidos internacionalmente,
como o Dr. Valerio Yacubsohn, representante da Argentina junto à
IMIA (International Medical Informatics Association) e ex-presidente da
Federação Latinoamericana de Informática Médica.
A Sociedade Argentina de Informática Médica, cuja criação
será concretizada em reunião em Córdoba, em novembro
deste ano, a ser organizada pelo Dr. Sergio König, titular da primeira
disciplina de Informática Médica em uma escola médica
argentina (Universidade Católica de Córdoba).
Neuromagnetômetro de
122 Canais Revoluciona Neurologia
Um grupo de físicos, engenheiros e médicos da Universidade
de Helsinki, Finlândia desenvolveram um novo equipamento de registro
da atividade elétrica do SNC que promete revolucionar muitas áreas
de diagnóstico, tais como localização mais precisa
de fontes de atividade anormal no cérebro (em focos epilépticos,
por exemplo). O equipamento (NEUROMAG-122) capta e registra, com o auxílio
de uma sofisticada estação de trabalho de alto desempenho,
os campos magnéticos gerados no interior do cérebro, até
122 canais, simultaneamente. O sistema, também chamado de magnetoencefalógrafo
(MEG) é completamente não invasivo (nem usa eletrodos em
contato com a cabeça, mas apenas um capacete), e utiliza o princípio
da interferência quântica sob supercondutividade (SQUID ou
Superconducting Quantum Interference Device). Sua resolutividade espacial
é de apenas alguns milímetros e a resolutividade temporal
é melhor que a de um EEG convencional (cerca de 1 milisegundo).
As bobinas captadoras dos campos magnéticos (que são algumas
centenas de milhares de vezes mais fracos que o campo magnético
terrestre) são imersas em um tanque de hélio líquido.
O conjunto todo precisa ficar em uma sala especial, totalmente blindada
contra influências magnéticas externas.
Em dois exemplos de utilização clínica, os autores
estudaram potenciais evocados cerebrais em resposta a estímulos
acústicos bilaterais e mapearam as respostas elétricas sobrepondo-as
sobre uma tomografia de ressonância magnética obtida do mesmo
paciente (veja Informédica nº 2, nesta seção,
para uma descrição sobre como isso é feito). Em outro
estudo, com pacientes epiléticos, o MEG foi utilizado para localizar
a atividade elétrica em forma de espículas, que apareciam
primeiro no lado direito do córtex centroparietal. O MEG possibilitará
estudos dinâmicos de alta resolutividade temporal e espacial da atividade
do cérebro humano intacto, inclusive em pesquisas sobre processamento
sensorial e cognitivo, bem como em diagnóstico neuropsiquiátrico.
O equipamento será comercializado em futuro próximo pela
firma Neuromag Ltd, da Finlândia.
Computador Diminui Erros
de Medicação no Hospital
Utilizando um computador portátil e um software desenvolvido pelos
cientistas israelenses Mordehai Ravid e Dan Kedem, o médico pode
realizar suas visitas diárias às enfermarias e digitar todos
os dados relativos às prescrições passadas. Posteriormente,
o computador é conectado a um dispensador mecânico contendo
cerca de 80 medicamentos diferentes. O equipamento opera sob o controle
do computador, enchendo com o número correto de pílulas,
cápsulas e ampolas a bandeja para cada paciente, ao mesmo tempo
produzindo um impresso com a lista de medicamentos, nome do paciente, formas
e tempos de medicação prescritos pelo médico. Esse
processo reduz grandemente a possibilidade de erro humano, agiliza e corta
custos do processo. O mesmo sistema de computação (baseado
em um IBM-PC) realiza outras tarefas. A enfermagem pode inserir anotações
e comentários, e o estoque de medicamentos na enfermaria também
pode ser controlado. Além, evidentemente, de vários relatórios
estatísticos que podem ser obtidos com a finalidade de estudos e
controle. Informações: Prof. M. Ravid, Sapid Medical Center,
44 281 Kfar Sava, Israel.
Novo Microcomputador com
Arquitetura RISC Encontra Aplicações em Saúde
A empresa Acorn Computers, da Inglaterra, produtora dos microcomputadores
Acorn e BBC, de fenomenal sucesso (mais de 1,2 milhões de máquinas
vendidas), lançou o primeiro microcomputador pessoal do mundo com
arquitetura RISC (Reduced Instruction Set Computer), que são duas
ordens de magnitude mais rápidos que os microprocessadores convencionais,
e custam menos para serem produzidos. O sistema, denominado Archimedes,
pode utilizar toda a imensa base de software existente para os micros BBC
e IBM PC (através de um PC Emulator). O National Health Service
britânico encontra-se entre um dos maiores compradores das novas
máquinas. Entre as aplicações no campo da Saúde,
descritos no primeiro número do Acorn Healthcare News (um boletim
da empresa voltado para esse mercado), conta-se:
-
DIGIT: um software de análise de imagens biológicas e médicas,
desenvolvido no Departamento de Ciência Visual do Instituto de Oftalmologia
de Londres. Mede e conta objetos irregulares em amostras biológicas,
usando um tablete digitalizador. As imagens podem ser aumentadas, corrigidas
e impressas, medidas quanto ao comprimento, área, perímetro,
centro de gravidade e forma, analisadas estatisticamente, etc., com fórmulas
próprias ou especificadas pelo usuário. As rotinas DISTIT
e 3DIGIT permitem análises e reconstruções bi- e tridimensionais.
Originalmente desenvolvido para o BBC, a nova versão para o Archimedes
roda 30 vezes mais rápido. O sistema, que custa cerca de 1.500 libras,
vem encontrando aplicações em várias áreas
biológicas e médicas, como angiologia, oftalmologia, botânica,
zoologia, odontologia, etc. Informações: Dr. B. Hayes, Institute
of Ophtalmology, Judd Street, London WC1H 9QS, U.K.
-
Um sistema de bases da dados sobre 10.000 amostras congeladas contendo
anticorpos monoclonais, na Divisão de Imunologia da Universidade
de Cambridge (Dr. Steve Cobbold); desenvolvido no poderoso dialeto BASIC
V.
Informações: Acorn Computers Ltd., Fulbourn Rd., Cherry Hinton,
Cambridge CB1 4JN, England.
Holanda Desenvolve Estação
de Trabalho Médica Integrada
De forma cada vez mais acelerada, os médicos estão sendo
confrontados em seu dia-a-dia com uma gama extremamente ampla e heterogênea
de fontes e tipos de informação. ECGs, angiogramas, tomografias,
anamnese, exames laboratoriais, registro médico, documentos legais
e outras informações essenciais sobre o paciente chegam em
grande volumes e podem ser armazenadas, atualmente, em bancos de dados
situados em computadores distintos, localizados nos departamentos, setores
de medicina especializada e sistema de informação hospitalar
integrada. O conceito de estação de trabalho médica
(medical workstation) possibilita a integração de todos estes
dados em uma única máquina, utilizando um software que recupera,
exibe, armazena e transfere imagens, sinais, textos, sons, etc. Este é
considerado o futuro da computação médica, e muitas
instituições universitárias e empresas de Informática
Médica estão trabalhando no sentido de implementar estações
deste tipo, atualmente.
O respeitado Departamento de Informática Médica da Universidade
Erasmus de Rotterdam, na Holanda, dirigido pelo Prof. Jan Van Bemmel, desenvolveu
e apresentou no Congresso Mundial de Informática Médica,
em Genebra, Suiça, o sistema HERMES, um moderno sistema integrado
para estação de trabalho médica, que utiliza uma arquitetura
aberta e altamente flexível, baseada em um modelo denominado cliente-servidor.
HERMES pode funcionar como um ponto de entrada para acessar dados e equipamentos
disponíveis em uma rede local (LAN), e tem a capacidade de integrar
pacotes de software já existentes, tais como sistemas de gerenciamento
de bancos de dados, pacotes estatísticos e gráficos, processadores
de textos, etc. O sistema pode ser ampliado pelo próprio usuário.
HERMES inclui dicionários de termos médicos, facilitando,
desta forma, a seleção rápida de dados clínicos
de acordo com a terminologia correta. O software foi desenhado de modo
a ser utilizado facilmente por pessoal médico, e incorpora telas
orientadas à janelas, menus, gráficos e uso do mouse. O trabalho
foi desenvolvido em cooperação com o Centro do Tórax
do Hospital Universitário de Rotterdam, Holanda, e o Grupo de Produtos
Médicos da Companhia Hewlett-Packard Europa. Informações
adicionais: HERMES Group, Dept. Medical Informatics, Erasmus University,
P.O. Box 1738, 3000 DR Rotterdam, The Netherlands. Tel. (0031 10) 408-7050
e fax (0031 10) 436-2882.
Linguagem MUMPS Muda de Nome
e Cara
A linguagem MUMPS (sigla de Massachussets General Hospital Utility Multiprogramming
System) foi inventada em 1967 por um grupo de médicos e analistas
de sistemas do Laboratório de Computação do Massachussets
General Hospital, sob a liderança do Dr. Octo Barnett. O objetivo
era desenvolver um sistema genérico que, ao mesmo tempo, fosse um
sistema operacional, linguagem de programação e gerenciador
de bancos de dados tipicamente encontrados em aplicações
médicas, nas quais era necessário armazenar texto livre em
estruturas hierárquicas de dados. O MUMPS (que também significa
"cachumba", em inglês) foi largamente aceito e disseminado nos anos
seguintes, não só na comunidade médica, mas também
entre programadores e analistas de sistemas em geral, devido à facilidade
de programação e alto desempenho em ambientes multiusuarios.
Foi a quarta linguagem de alto nível a ser padronizada pelo ANSI
(American National Standards Institute), em 1977, e desde então
esse padrão passou por diversas revisões e atualizações,
acompanhando o progresso da Informática. Devido ao uso não
exclusivo na área médica, e ao fato de que novas tecnologias
de última geração passaram a ser incorporadas à
linguagem e ao sistema operacional, o MUMPS Development Committee (MDC)
decidiu aprovar, em 1990, que o nome M-Technology passaria a ser utilizado
alternativamente. Em meados de 1992, todos os grupos de usuários
MUMPS do mundo aprovaram a mudança, concretizada este ano. Os famosos
MUGs (MUMPS User Groups), que tanta importância tiveram para o desenvolvimento
e suporte à linguagem, passaram a se chamar M-Technology Associations
(inclusive no Brasil). Novas versões do M, como a desenvolvida pela
empresas Micronetics, dos EUA, representada no Brasil pela CompScientia,
do Rio de Janeiro, incluem recursos avançados como interface gráfica
para Windows, bases de dados distribuídas, portabilidade para diversos
sistemas operacionais e quipamentos, etc. Continua a ser muito usada para
aplicações de gerenciamento médico e hospitalar. Informações:
M-Technology Association do Brasil, Rua das Marrecas, 25/802, Rio de Janeiro,
RJ, CEP 20031-120, tel. (021) 240-5020.
CD-ROMs Invadem a Medicina
O barateamento das estações de multimídia e das unidades
leitoras de CD-ROM (Compact Disk Read-Only Memory), um disco laser semelhante
ao CD, que pode armazenar até 600 megabytes de informação
digital, está provocando um verdadeiro maremoto de novos títulos,
publicados em todo o mundo (veja artigo sobre o tema, neste número
de Informédica). A Medicina, particularmente, devido à grande
quantidade de informações necessárias, é um
campo ideal para essas aplicações, e está sendo "invadida"
por um número cada vez maior de bases de dados e publicações
em CD-ROM, que, pela primeira vez, estão se diferenciando bastante
das já conhecidas do público médico, como o Index
Medicus (MEDLINE). Vejam, para terem uma idéia dessa verdadeira
loucura, alguns dos títulos publicados recentemente:
-
Anatomist e MediClip: duas coleções de centenas de ilustrações
anatômicas e médicas prontas (clip-art), para uso por programas
gráficos;
-
Physician's Desk Reference (Dicionário de Especialidades Farmacêuticas),
em seus cinco vo-lumes (incluíndo Índice de Indicações
e Índice de Efeitos Colaterais e Interações Medicamentosas)
e o Manual Merck (16a. edição, 2700 páginas);
-
Micromedex CCIS (Computerized Clinical Information System), um gigantesco
sistema de informações sobre medicamentos, agentes tóxicos,
condutas clínicas e cirúrgicas, etc.;
-
Family Doctor e o Mayo Clinic Family Health Book: enciclopédias
médicas ilustradas com filmes de vídeo, animações
gráficas, fotos, radiografias, etc., com informações
de saúde e medicina para leigos;
-
Publicações completas (todos os artigos, capa a capa), das
revistas American Family Physician, The New England Journal of Medicine,
Internal Medicine, The Medical Letter, Mosby Yearbook, Pediatrics Review
and Education Program, Circulation Research, e muitas outras;
-
Oxford Medical Encyclopaedia e Scientific American Medicine (SAM-CD): tratados
super-atualizados de Medicina, correspondente a mais de 2000 páginas
de texto e milhares de ilustrações e imagens médicas;
-
Illiad e Quick Medical Reference: sistemas inteligentes de apoio ao diagnóstico
médico em Medicina Interna, capazes de processar mais de 1.000 doenças
e milhares de sintomas e sinais;
-
AIDS Compact Library - praticamente todos os artigos, apresentações
em congressos, relatórios clínicos, etc., apresentados nos
últimos 10 anos, com o texto completo das 10 maiores revistas, dois
boletins e quatro bases de dados. Atualizada quatro vezes por ano !
-
Medline, Neurosciences Index, Excerpta Medica CD-ROM, Physician Data Query,
imensas bases de referências bibliográficas sobre virtualmente
todas as especialidades médicas, separadas ou não, com resumos,
abrangendo duas ou mais décadas de publicações médicas.
MEDLINE Indexa Termos de
Informática Médica
Onde encontrar trabalhos sobre Informática Médica ? Esta
é uma pergunta freqüente feita por quem deseja se aprofundar
mais nessa área. Uma resposta natural para quem trabalha em Medicina
é usar a já amplamente conhecida BIREME, localizada em São
Paulo, e que centraliza. no Brasil, os bancos de dados bibliográficos
da National Library of Medicine (EUA), entre os quais o MEDLINE (Medical
Information On Line), que permite a pesquisa bibliográfica por computador
do Index Medicus. Desde 1972, os trabalhos publicados que versam sobre
Informática Médica são indexados por palavras-chave
específicas. Atualmente (1994), os seguintes termos são utilizados
para indexação:
-
ARTIFICIAL INTELLIGENCE
-
AUTOMATIC DATA PROCESSING
-
AUTOMATION
-
COMPUTERS
-
COMPUTERS, ANALOG
-
COMPUTERS, HYBRID
-
COMPUTERS, MAINFRAME
-
COMPUTER COMMUNICATION NETWORKS
-
COMPUTER GRAPHICS
-
COMPUTER LITERACY
-
COMPUTER PERIPHERALS
-
COMPUTER SECURITY
-
COMPUTER SIMULATION
-
COMPUTER STORAGE DEVICES
-
COMPUTER SYSTEMS
-
COMPUTER TERMINALS
-
COMPUTER USER TRAINING
-
COMPUTER-AIDED DESIGN
-
COMPUTER-ASSISTED INSTRUCTION
-
DATA SYSTEMS
-
DATABASE MANAGEMENT SYSTEMS
-
DIAGNOSIS, COMPUTER ASSISTED
-
IMAGE PROCESSING, COMPUTER-ASSISTED
-
INFORMATION CENTERS
-
INFORMATION SERVICES
-
INFORMATION SYSTEMS
-
MICROCOMPUTERS
-
MINICOMPUTERS
-
NEURAL NETWORKS (COMPUTERS)
-
ONLINE SYSTEMS
-
PROGRAMMING
-
PROGRAMMING LANGUAGES
-
SIGNAL PROCESSING, COMPUTER-ASSISTED
Pós-Graduação
em Informática Médica no MIT/Harvard
Quatro das mais prestigiosas instituições de pesquisa em
Medicine e em Informática do mundo se uniram para oferecer um programa
altamente qualificado de treinamento de pesquisa em Informática
Médica. Elas são: a Faculdade de Medicina de Harvard, o Instituto
de Tecnologia de Massachussetts (MIT), o Centro Médico da Nova Inglaterra,
e a Universidade Tufts, todos localizados na região de Boston, estado
de Massachussetts, EUA. Estão disponíveis vagas para início
em julho de 1994, com diversas opções de treinamento:
Doutoramento e pós-doutoramento, com cursos sobre Inteligência
Artificial, Engenharia do Conhecimento e Teoria da Decisão aplicados
à Medicina, no MIT, sob a direção do Dr. Peter Szolovits;
ou sobre modelagem de sistemas de saúde, análise de decisão
e prognóstico médico, no Departamento de Ciência da
Decisão em Saúde de Harvard, sob a direção
do Dr. Milton Weinstein;
Pós-doutoramento, com cursos sobre UMLS, sistemas radiológicos,
arquiteturas orientadas a objeto, aplicações em redes de
computadores, aplicações educacionais, sistemas de apoio
à decisão, etc., no Decision Systems Group, Brigham and Women's
Hospital, sob a direção do Dr. Robert A. Greenes; ou no Laboratory
of Computer Science, Massachusetts General Hospital, sob a direção
do Dr. G. Octo Barnett; ou na Division of Clinical Decision Making, NEMC
(sob a direção do Dr. Stephan G. Pauker).
Informações e inscrições: Medical Informatics
Training Program, Robert A. Greenes, MD, PhD, Decision Systems Group, Brigham
and Women's Hospital, 75 Francis Street, Boston, MA 02115, Tel. (617) 732-6281,
Fax: (617) 732-6317, Email: greenes@
harvard.edu .
Supercomputador Monta Imagem
Tridimensional do Coração
O Centro de Supercomputação da Universidade do Texas em Austin
está aplicando o enorme poder computacional do seu supercomputador
modelo Cray Y-MP 8/864 em diversas aplicações médicas
e biológicas. O supercomputador, que consta de oito processadores
em paralelo, é capaz de a-tingir a velocidade de cerca de um bilhão
de operações por segundo. Um dos projetos mais interessantes
é o desenvolvimento de novos algoritmos para a obtenção
de imagens tridimensionais do coração, a partir de cortes
tomográficos realizados em um aparelho de ressonância magnética
(MRI). Neste projeto, desenvolvido pela equipe do físico Dr. Raleigh
F. Johnson, dados bidimensionais com matrizes de 256 por 256 pixels do
MRI são processados no supercomputador, utilizando um algoritmo
de interpolação trilinear. O volume resultante é exibido
em uma estação gráfica da Silicon Graphics, modelo
4D/310/GTX. Segundo o Dr. Raleigh, o supercomputador é essencial
para esta tarefa, devido ao enorme volume de dados a serem processados
em curto tempo, uma vez que se deseja que o médico usuário
possa rotacionar a imagem interativamente. De todos os órgãos
no corpo, o coração é o mais difícil de se
obter uma imagem tridimensional, uma vez que ele se move continuamente.
Os pesquisadores tiveram que desenvolver uma maneira altamente precisa
de sincronizar a tomada da imagem com a batida do coração,
usando o ECG do paciente. O supercomputador, com sua enorme velocidade
de processamento, permite obter uma animação gráfica
do coração batendo, em três dimensões e em tempo
real. O valor diagnóstico dessa nova técnica pode ser considerável
para o cardiologista, segundo os pesquisadores da Universidade do Texas
em Galveston, uma vez que anormalidades cardíacas com formas complexas
em três dimensões poderão ser visualizadas e avaliadas
com maior facilidade e precisão. Fonte: OutLook, UT System Center
for High Performance Computing, 1(1), 1992.
Superestradas da Informação
Terão Aplicações em Saúde
Uma das promessas da chapa Clinton-Gore na campanha presidencial foi o
de expandir consideravelmente a infraestrutura de comunicação
de dados através de redes de computadores nos EUA, projeto esse
apelidado de "Data Highways". Depois de eleito, Clinton apressou-se em
cumprí-la, constituindo comitês de estudos e alocando enorme
soma de financiamento federal para o que agora se chama, mais seriamente,
de NII - National Information Infrastructure. O argumento do presidente
é baseado em extensos estudos estratégicos que vem sendo
realizados há alguns anos pela National Science Foundation (órgão
federal de financiamento à pesquisa, com orçamento de US$
5 bilhões anuais) e pelo Office of Technological Evaluation (OTA)
do Congresso Americano, entre outros. Boa parte da motivação
decorre do impacto sobre a ciência, a tecnologia, o comércio
e as relações sociais, causado pelo estabelecimento e operação,
a partir do território norte-americano, da maior rede de computadores
na história da Humanidade, a INTERNET. No primeiro semestre de 1994,
esta rede completou cerca de 3,7 milhões de nodos interligados em
mais de 100 paises, com um número estimado em mais de 20 milhões
de usuários. O Brasil comparece com cerca de 12.000 nodos, apenas
0,18% do total mundial, o que demonstra como ainda estamos atrasados quanto
a este aspecto. Entretanto, nossa participação percentual
em relação ao total das ligações dos países
da América do Sul e Central é maciça: mais de 56 %.
Pois bem, um dos argumentos para justificar a necessidade da NII, mais
utilizados pelo vice-presidente Al Gore, afinado com a reforma do sistema
de saúde norte-americano, comandado pela primeira-dama Hillary Clinton
é o da potencialidade para as aplicações no setor
de saúde, que se encontra com sérios problemas. Em 1995,
espera-se que os EUA gastem cerca de 1 trilhão de dólares
neste setor, ou seja, 19 % do PNB. Por trás destes números
impressionantes revela-se um sistema ineficiente e injusto, pois 10 % da
população é totalmente desassistida, e o desperdício
de recursos é gigantesco. Países em estágio semelhante
de desenvolvimento, como o Canadá, gastam menos de 12 % do PNB em
saúde, e tem cobertura praticamente de 100 %. Por isso, pretende-se
usar pesadamente a Informática e a NII para melhorar o acesso à
informação e a qualidade dos serviços de saúde.
Por exemplo, apenas 15 % dos 4,6 bilhões de transações
de cobrança do setor saúde são feitos eletronicamente,
em contraste com 90 % dos 10 bilhões anuais do sistema financeiro.
A seriedade das intenções de Clinton foi confirmada através
da nomeação de um médico, e diretor da National Library
of Medicine, Dr. Donald Lindbergh (também é um dos "pais"
da Informática Médica dos EUA), para dirigir o NII. Entre
as aplicações potenciais para a NII está a telemedicina
(veja revista Informédica No. 6), ou a transmissão remota
de dados, imagens e sinais de pacientes; a integração eletrônica
dos sistemas de seguro-saúde, a informatização maciça
dos hospitais, o acesso à literatura científica, a melhoria
da atenção às zonas rurais e remotas, etc. Diversos
projetos fascinantes estão em andamento, e serão relatados
em Informédica à medida que mostrarem resultados.
Navegação por
Som Ajuda os Cegos
Pesquisadores da Universidade de Califórnia em Santa Barbara, nos
EUA, estão desenvolvendo um sistema para ajudar os cegos a se locomoverem
em um ambiente desconhecido sem ajuda. O sistema de orientação
é um equipamento carregado pelo cego, que consta de fones de ouvido,
uma bússola eletrônica montada na cabeça, e uma mochila
contendo o computador de controle e um detector de sinais provenientes
dos satélites usados pelos militares, navios e aviões para
localização precisa em qualquer ponto da Terra (GPS ou Global
Positioning System). O sistema utiliza a bússola e o o GPS para
dterminar a orientação e localização da pessoa.
Essa informação é comparada pelo computador portátil
com um mapa da área onde ele está, e os sinais de orientação
são emitidos por um sintetizador sonoro virtual. Estes sinais sonoros
parecem "emanar" de algum obstáculo ou ponto de referência
presentes perto da área onde ele se encontra, como, por exemplo,
uma parada de ônibus oi a entrada de um prédio. Voz sintetizada
pelo computador pode ser usada para identificar que ponto é aquele,
e o cego pode usar um microfone para selecionar um destino ou adicionar
um ponto de referência ao mapa computadorizado. A pesquisa está
sendo desenvolvida pelo Dr. Jack Loomis, um psicólogo, a fisiologista
Roberta Klatzky e o professor de geografia Reginald Golledge, que é
cego. Ela é ainda experimental, mas já provou que funciona
em testes iniciais. Entretando, um equipamento baseado nela ainda demorará
alguns anos para ser comercializado.
França Desenvolve
Primeiro Sistema Especialista Operado pelo Paciente
DIABOLO é o nome de um sistema especialista baseado em microcomputadores,
desenvolvido pela empresa Cognitech, da França, e que tem por objetivo
auxiliar a terapia e a educação do diabético insulina-dependente.
Nessa área não existem problemas diagnósticos importantes,
porém o protocolo terapêutico pode ser bastante complexo,
dependendo intimamente do conhecimento que o paciente tem de sua própria
doença. Assim, DIABOLO é o primeiro sistema especialista
de grande porte a ser concebido para o paciente e não para o médico.
Como tal, a arquitetura e desempenho do sistema tem características
muito interessantes, que pode servir de modelo para outros problemas semelhantes.
Ela se baseia em dois mecanismos integrados de inferência: o primeiro,
denominado cognitivo, é um especialista médico em diabetologia,
e ativa uma base de conhecimentos de cerca de 300 regras de produção,
usando encadeamento misto. Este módulo decide sobre escolha do tipo
de insulina, mudança do esquema terapêutico, adaptação
das doses de insulina ao aporte calórico, tratamento de descompensações
cetônicas e hipoglicêmicas, e preparação para
esforços físicos incomuns. O segundo mecanismo, denominado
adaptativo, funciona apenas com encadeamento direto, e se baseia na lógica
de predicados. Tem cerca de 40 regras, que dizem respeito ao levantamento
do perfil individual do paciente, seu histórico nosológico
e terapêutico e sua interação pedagógica com
o sistema. O objetivo desse módulo é modificar o esquema
terapêutico em função do tipo de insulina, número
e dosagem das injeções, resultados da monitorização
glicêmica, sintomas relatados pelo paciente, etc., educando o paciente
durante esse processo. O mecanismo adaptativo é ativado antes de
iniciar a consulta ao sub-sistema cognitivo, e tem capacidade explicativa.
Cada pergunta feita ao paciente e a respectiva resposta são armazenados
pelo programa, juntamente com a data, de modo que o mecanismo cognitivo
é ativado de acordo com o grau de conhecimento que o paciente tem
sobre sua doença. O teor das perguntas realizadas pode entåo
ser alterado adaptativamente.
Orientação
Multimídia para Bibliotecas Médicas
Pesquisadores americanos desenvolveram uma estação de referência
assistida por computador (CAR - Computer Assisted Reference) para responder
a questões comuns sobre localização de publicações
e instrução na Biblioteca de Ciências da Saúde
da University of Tennessee, Memphis. O sistema foi desenvolvido usando
HyperCard para Macintosh. O CAR foi desenvolvido para dar aos usuários
da biblioteca informações direcionais e instruções
quando necessárias e para servir como alternativa nos momentos que
os funcionários não estão disponíveis ou não
estão presentes, e também para permitir que os funcionários
tenham mais tempo para o desempenho de outras funções. O
sistema inclui informações expostas na forma de texto e gráficos
e não requer do usuário um conhecimento prévio, já
que só é necessário clicar com o mouse sobre a opção
desejada. Todas as telas permitem ao usuário navegar pelas outras
telas e pedir ajuda de como usar o programa.O programa tem um módulo
de apresentação, quatro módulos de informação
e um módulo de ajuda. Os quatro módulos de informação
incluem:1. um passeio guiado pela biblioteca com mapas; 2. uma descrição
dos serviços da biblioteca e informação de como usá-los;3.
um guia para localizar materiais na biblioteca, incluindo mapas; 4. tutoriais
de como usar ferramentas de referência específicas.
Sistema Multimídia
de Referência para a Prática Médica
Um grupo de médicos e analistas dos EUA desenvolveu recentemente
um sistema multimídia para ser usado na prática clínica.
O sistema foi desenvolvido usando HyperCard para microcomputadores MacIntosh,
e possue uma interface de reconhecimento de voz que facilita a entrada
de dados de pacientes. O sistema utilizado combina ítens visuais
(fotografias, diagramas e ícones), sons e textos; e fornece ao médico,
durante a anamnese do paciente, uma lista de termos de referência
médica rápida, descrevendo achados físicos anormais
localizados na cabeça, pescoço, tórax e abdomen que
o sistema de reco-nhecimento de voz é capaz de compreender. O material
utilizado no programa foi obtido em 11 livros de exames físicos,
três atlas médicos, quatro coleções de slides
e fitas de ausculta cardíaca. As ilustrações que não
foram achadas nestes materiais foram desenhadas em forma de diagramas.
A acurácia e eficiência do sistema no uso clínico normal
foram avaliados em um experimento com oito médicos do hospital universitário,
para o teste piloto. Este teste mostrou que quando os usuários não
usam um vocabulário específico originam-se problemas de difícil
resolução. Referência: Wyatt, J. C.; Detmer, W. M.;
Fagan, L. M. Design and Evaluation of Multimedia Stimuli to Evoke Clinical
Concepts. In: Seventeenth Annual Symposium on Computer Applications in
Medical Care, Washington, 1993. AMIA, 1994. p.834-8.
Telemedicina Progride nos
EUA
Um consórcio de empresas e agências governamentais norteamericanas
realizou em setembro último uma demonstração da tecnologia
da telemedicina para membros do Congresso e do go-verno Clinton. A demonstração
simulou uma situação na qual o socorro à vitima de
um acidente automobilístico necessita a colaboração
de diversos médicos em diferentes cidades, que rapidamente examinam
o prontuário médico computadorizado do paciente, radiografias
e tomografias de MR, para elaborar um iagnóstico e conduta. A demonstração
indicou também alguns dos obstáculos para que esse sistema
entre em funcionamento efetivamente nos próximos meses: a necessidade
de padrões de registro dos dados clínicos entre os especiais,
a falta de regras consistentes para proteger a confidencialidade do paciente,
e software inadequado para recuperação e exibição
de imagens médicas em redes.
Impressora Tridimensional
Encontra Aplicação em Cirurgia
O Centro Médico da Universidade da Califórnia em Los Angeles
(UCLA) desenvolveu uma nova aplicação de tecnologia de ponta
em Informática, através da qual é produzido um molde
tridimensional do crânio de pacientes, a partir dos cortes de imagens
obtidas em um tomógrafo computadorizado de raios-x (CT). Os modelos
são usados pelos cirurgiões para planejar operações
complexas de correção de defeitos faciais, graças
a um novo tipo de impressora tridimensional, denominada <M>estereolitógrafo
a laser, que é capaz de esculpir automaticamente qualquer peça
em plástico ou metal, de uma maneira tão fácil e rápida
quanto uma impressora convencional, usando tinta sobre papel.
O estereolitógrafo funciona da seguinte maneira: um potente raio
laser, comandado pelo computador, é projetado sobre um recipiente
contendo um polímero liquefeito (uma espécie de plástico,
que se solidifica em contato com a radiação do laser). Utilizando
um desenho detalhado da peça que se quer fabricar (planta baixa),
o mesmo é dividida em fatias pelo software. Cada fatia é
esculpida pelo raio laser, que traça seu contorno no polímero
líquido. A medida que ele percorre o recipiente, é formada
uma película sólida com o mesmo formato da fatia. Em seguida,
o recipiente é abaixado uma fração de milímetro,
e o raio laser traça a fatia seguinte da planta computadorizada,
que também se solidifica, se ligando à anterior. Desse modo,
objetos tridimensio-nais complexos podem ser fabricados em pouco tempo.
Segundo o Dr. Marshall Burns, presidente de uma das várias empresas
que já estão com estereolitógrafos no mercado (custo
de um deles: 200 mil dólares), estas máquinas deverão
ficar cada vez mais baratas, e que dentro de uns 10 a 15 anos existirão
modelos para computadores pessoais. As aplicações em todos
os setores da indústria, dos serviços e do ensino serão
enormes, e difíceis de prever. Outras aplicações previstas
para a Medicina são: documentação de estudos de ultrassom
abdominal (modelos tridimensionais detalhados de um feto, por exemplo),
produção de próteses individualizadas para cirurgia
plástica e reabilitação de amputados, válvulas
cardíacas, etc.; produção de modelos tridimensionais
de moléculas para ensino e pesquisa de novas drogas, etc.
Europa Estuda Desenvolvimento
de Padrões de Dados Hospitalares
A guerra entre os padrões de intercâmbio de dados no ambiente
médico-hospitalar continua, sem fim a vista. Por ser extremamente
importante para o futuro da Informática Médica, tanto do
ponto de vista organizacional quanto financeiro. Com o estabelecimento
progressivo de gigantescas redes de intercomunicação de dados
na área de saúde, algumas delas trans-nacionais, a questão
de definição dos padrões é crucial, e o país
que conseguir impor suas normas terá uma grande vantagem comercial.
Entre os padrões em estudo na área médica estão
o HL-7 (Health Level 7), o ASTM e o EDIFACT, entre outros. Recentemente,
a Comunidade Européia, com todo seu poderio econômico, entrou
em campo, estabelecendo um estudo multinacional para um novo padrão
de dados hospitalares, denominado MediaH Project, o qual é baseado
em um conjunto de padrões de intercomunicação eletrônica
de dados credenciado pelo ISO (International Standards Organization, da
ONU), denominado EDIFACT. Esse sistema foi considerado o melhor, por oferecer
soluções para pronta implementação, bem como
para migração futura. Isso livra os programadores da cansativa
tarefa de refazer todos os sistemas cada vez que surge um novo padrão
ou novas versões de um padrão já existente. Inicialmente,
o Media H fornecerá meios de intercomunicação para
resultados de laboratórios, laudos médicos, identidade do
paciente e dados clínicos dos pacientes. O grupo de trabalho do
MediaH oferecerá software de domínio público para
efetuar a tradução automática entre este e outros
padrões de bancos de dados. O sistema está sendo testado
em mais de 50 hospitais associados à Assistance Publique Hôpitaux
de Paris (AP-HP), que tem mais de 30.000 leitos e realiza cerca de 4 milhões
de consultas e 1 mi-lhão de internações por ano. <M>Informações
adicionais: SIG Services BXV, P.O. Box 14066, 3508 SC Utrecht, The Netherlands.
Tel. 003130-345668, Fax 003130-345172.
Novas Alianças Definem
Intercomunicação Digital na Área de Saúde
A rápida expansão no interesse dos hospitais, médicos
e seguradoras médicas em se intercomunicar através de redes
de computadores, integrando informações usadas por todos,
está provocando nos EUA uma impressionante reengenharia dos sistemas
de telecomunicações. Um exemplo foi dado recentemente pela
BellSouth, a operadora de telecomunicações da região
sul dos Estados Unidos, que abrange os estados de Alabama, Florida, Georgia,
Kentucky, Louisiana, Mississippi, North e South Carolina e Tennessee. Foram
esco-lhidas 27 cidades-alvo para implementar um projeto com o investimento
inicial de 500 milhões de dólares, envolvendo uma aliança
entre a BellSouth, a Martin-Marietta (como integradora de sistemas), e
31 outras empresas. O projeto, denominado "Community Crossroads" (Encruzilhada
Comunitária), anunciada em setembro de 1994, tem por objetivo criar
arquiteturas especializadas de intercomunicação digital de
dados usando o padrão ISDN (Integrated Services Digital Network),
supervias locais de informação e sistemas aplicativos personalizados
para vários segmentos comunitários, tais como educação,
governo, negócios e saúde. O mercado de saúde é
o maior de todos, correspondendo a cerca de 40 % do total, e tem por objetivo
principal interligar os hospitais entre si, e os hospitais e os médicos.
Tipicamente, um sistema ISDN integra dados, voz e vídeo, usando
tecnologias avançadas de Informática e Telemática,
tais como a placa Proshare, desenvolvida pela famosa empresa Intel, que
permite videoconferência digital em tempo real. Deste modo, os médicos
podem intercambiar rapidamente, e a um baixo custo (cerca de US$ 3000 por
estação, incluindo o software e uma câmara de vídeo
tipo Camcorder), dados como radiografias, ECGs, prontuários de pacientes,
etc., e podem conversar entre si, usando a videoconferência. A empresa
Martin-Marietta está desenvolvendo, para essa finalidade, um modelo
de registro médico computadorizado multimídia, que tornará
disponível o mesmo a todos os profissionais que recebem autorização
de acessá-lo através da rede (por exemplo, em caso de atendimento
de emergência). Na tentativa de redução de custos e
de otimização operacional, muitos hospitais estão
estabelecendo conexões ISDN com todos seus médicos. Estima-se
que a economia proporcionada pode chegar a mais de 50 milhões de
dólares na área da BellSouth, por ano. Outro grande benefício
do sistema é proporcionar ligações entre o pessoal
da saúde e as escolas e centros de pesquisa, com a finalidade de
incentivar a educação continuada e a educação
à distância, bem como a cooperação na pesquisa
médica. A base e a motivação do sistema é a
comunidade, que pode selecionar quais serviços deseja, e quando,
sob um esquema favorável de preços.
Informática Médica
na Internet
A IMIA (International Medical Informatics Association) está oferecendo,
desde novembro do ano passado, um grande repositório de informações
sobre Informática Médica, através da rede acadêmica
internacional Internet. A IMIA é a federação internacional
de cerca de 40 associações nacionais de Informática
Médica.O mecanismo de acesso a esta informação é
o Gopher, que é uma espécie de menu interativo de navegação
através da Internet, que permite a consulta a base de dados remotas,
a cópia de arquivos, etc. Para poder usar o Gopher, a máquina
principal na qual o usuário tem sua conta de acesso à Internet,
deve ter o programa chamado Gopher Client. O IMIA Gopher oferece extensas
informações sobre a IMIA, seus objetivos, programas, recursos,
atividades, congressos, publicações, etc. Além disso,
acumula listas de endereços na Internet onde podem ser encontrados
boletins eletrônicos, software de domínio público,
bases de dados bibliográficas, etc., referentes à Informática
Médica. Entre as bases de dados mantidas pela IMIA, existe o Database
of Educational Programs in Medical Informatics, que é uma iniciativa
do Grupo de Trabalho 1 da IMIA (Information Science and Medical Education),
que contém informações sobre as faculdades e instituições
em todo o mundo que oferecem programas de graduação, pós-graduação,
especialização e pós-doutorado em Informática
Médica. Para entrar no IMIA Gopher, deve-se proceder da seguinte
forma: 1) se sua instituição tem um Gopher Client, digite
o comando gopher, e escolha os seguintes menus: Other Gopher and Information
Servers, em seguida All the Gopher Servers in the World, depois North America,
depois Maryland, em seguida University of Maryland at Baltimore, e, finalmente,
International Medical Informatics Association. 2) Se a sua instituição
não tem um Gopher Client, mas pode fazer telnet, conecte-se à
máquina consultant.micro.umn.edu (134.84.132.4) ou a <W0>trout.ab.umd.
edu (134.192.1.6) e use os menus acima. Informações mais
detalhadas podem ser conseguidas com Miriam Jaffe (endereço eletrônico:
mjaffe@trout.ab. umd.edu).
AMIA Realiza Programa de
Visitas
A American Medical Informatics Association anunciou recentemente para seus
membros a realização de um programa de visitas aos maiores
centros de pesquisa e ensino em Informática Médica dos EUA.
Durante 1995 serão visitados: O Laboratório de Ciência
da Computação do Massachusetts General Hospital, o Centro
de Computação Clínica e o Grupo de Sistemas de Decisão
do Brigham and Woman's Hospital da Faculdade de Medicina de Harvard (Boston),
o Departamento de Informática Médica do Centro Médico
da Universidade de Columbia-Presbyterian, em Nova Iorque, o Regenstrief
Medical Institute, em Indianapolis, a Seção de Informática
Médica da Faculdade de Medicina da Universidade de Stanford, o Departamento
de Informática Médica e o Later Day Saints Hospital da Universidade
de Utah, a Universidade Washington, em Tacoma, e a Faculdade de Medicina
da Universidade Washington em St. Louis. Somente membros da AMIA podem
participar, pagando uma taxa módica. Viagem e alojamento correm
por conta de cada participante. <W0>Informações: AMIA
- American Medical Informatics Association, 4915 St. Elmer Ave. 302, Bethesda,
MD 20814, USA.
Consórcio Educacional
Lança Software de Autoria
O Health Sciences Consortium (HSC), um consórcio internacional que
reúne centenas de faculdades de ciências de saúde de
todo o mundo, baseado nos EUA, pretende produzir um grande número
de programas interativos de simulação clínica, para
ensino baseado em casos (Consortium Case Studies). Com essa finalidade,
desenvolveu um "kit" para autores interessados em contribuir, que consiste
de um manual de orientação prática, o programa de
computador para autoria, e uma demonstração computadorizada
e em papel, que ilustra passo a passo o conteúdo de um caso e todos
seus elementos básicos. Os docentes selecionados para criar uma
série de casos receberão o kit, e trabalharão em colaboração
com o Departamento de Educação Médica Baseada em Computador
do HSC para produzir programas de computador de alta qualidade e validade
educacional. O Departamento se responsabilizará pela revisão,
editoração e integração dos conteúdos
aprovados. Serão adicionados elementos de som, gráficos,
animação e outros elementos de multimídia aos programas.
Em seguida eles serão testados, revisados e preparados para publicação.
Todos os custos de produção, promoção e distribuição
serão cobertos pelo HSC. Uma primeira série de estudos de
caso, intitulada Case Studies in Essential Hypertension, já está
disponível. O Health Sciences Consortium tem centenas de outros
materiais didáticos, como videocassetes, manuais, programas de computador,
videodiscos, etc., para complementar a educação médica.
Interessados em contribuir (em inglês) devem contactar Linda Enders,
CBE Projects Coordinator, Health Sciences Consortium, 201 Silver Cedar
Court, Chapel Hill, NC 27514-1517, USA. Tel. (001 919) 942-8731, Fax (001
919) 942-3689.
OMS Indica Novo Centro Colaborador
em Informática Médica
A Organização Mundial de Saúde anunciou a indicação
da Divisão de Serviços de Informação da Universidade
de Maryland em Baltimore, EUA, como um novo centro colaborador em Informática
em Saúde da OMS, o primeiro do gênero no país. A diretora
do novo centro é a Dra. Marion J. Ball, vice-presidente da Universidade
e presidente da International Medical Informatics Association (IMIA). Como
centro colaborador, a UMAB será responsável por projetos
na área de ensino de gerenciamento de informação em
saúde e auxiliará paises em desenvolvimento no estabelecimento
de cursos curriculares em Informática em Saúde. A designação
tem validade até agosto de 1997.
Núcleo de Informática
Médica de Córdoba Tem Atividades
O Prof.Dr. Sergio A. König, médico nefrologista e professor
titular de Informática Médica da Faculdade de Medicina da
Universidade Católica de Córdoba, fundou em 1994 o Núcleo
de Informática Médica, que tem como objetivos a pesquisa,
o ensino e a disseminação de informações sobre
a área, na Argentina e outros países de lingua espanhola
da América Latina. Desde a sua fundação o NIMCBA tem
realizado numerosas atividades, entre as quais a realização
do I Curso Argentino de Capacitación Docente en Informática
en Salud, em abril de 1994, e vários seminários sobre Informática
Médica em Buenos Aires e Córdoba. Desde abril de 1994, o
NIMCBA edita também o primeiro índice de citações
bibliográficas em Informática Médica, que lista trimestralmente
os artigos publicados na literatura mundial sobre Informática e
Medicina (as fontes principais são o MEDLINE, o LILACS e o CURRENT
CONTENTS). O NIMCBA tem várias linhas de colaboração
com o Núcleo de Informática Biomédica da UNICAMP (Diretor,
Prof.Dr. Renato M.E. Sabbatini), que é também professor colaborador
da Cátedra de Informática Médica da Universidade Católica
de Córdoba, e foi docente e um dos organizadores do I Curso. Uma
cópia eletrônica da publicação de referências
bibliográficas estará disponível através da
Internet, na UNICAMP. Informações: NIMCBA, Pje. Juan R. Gimenez
1163, Planta Alta, 5000 Córdoba, Argentina. Tel./Fax (0054 51) 72-5702,
Email: sergiok@pccp.com.ar.
Mudanças na IMIA
A International Medical Informatics Association (IMIA) é a entidade
internacional científica representativa na área de Informática
em Saúde, e à qual estão filiadas as sociedades nacionais
correspondentes (entre as quais o Brasil, através da Sociedade Brasileira
de Informática em Saúde). Entre as atividades da IMIA, que
são muitas, estão a realização de vários
congressos, entre os quais o famoso MEDINFO (que, este ano, foi realizado
em Vancouver, Canadá, tendo contado com 4.200 participantes). A
IMIA também patrocina a edição de publicações
e tem oito Working Groups, dedicados à vários aspectos da
aplicação de computadores às Ciências da Saúde.
Este ano, durante o MEDINFO, terminou a presidência da Dra. Marion
J. Ball, da Universidade de Maryland, EUA, e foi empossado o novo presidente
da IMIA, o Prof. Otto Rienhoff, diretor de Informática Médica
da Universidade de Göttingen, Alemanha. O Prof. Rienhoff é
velho conhecido dos brasileiros, e grande amigo e encorajador do desenvolvimento
da Informática Médica em nosso país. Ele esteve nos
visitando pela primeira vez em 1984, quando participou de um Simpósio
de Informática Médica no Congresso Nacional de Informática,
organizado pela SUCESU em São Paulo, e quando teve a a oportunidade
de conhecer os primeiros grupos de pesquisa atuantes no país nesta
área, inclusive o Núcleo de Informática Biomédica
da UNICAMP, recém-fundado. O Prof. Rienhoff retornou novamente ao
Brasil em 1986, 1988 e 1990, nos congressos brasileiros de Informática
em Saúde organizados pela SBIS; e já foi convidado para o
V Congresso Brasileiro, que será realizado em Campinas, em 1996,
em comemoração aos 10 anos da SBIS, fundada durante o I Congresso,
também em Campinas, sob a presidência do Prof. Renato M.E.
Sabbatini. Portanto, os brasileiros vêem com grande otimismo a gestão
do Prof. Rienhoff à frente da IMIA.
Ainda dentro das mudanças dentro da IMIA, ocorreu este ano uma
que foi negativa para nossos inte-resses. O Working Group 9, intitulado
"Medical Informatics for Development", foi extinto pela Assembléia
Geral. Este grupo, dedicado a promover e apoiar o crescimento da Informática
Médica nos países em desenvolvimento, foi fundado e dirigido
por muitos anos pelo Prof. Rienhoff, que tem grande interesse pela área.
Como parte de sua excelente atuação nesta área, ele
instituiu um programa de doações de livros de Informática
Médica para centros de pesquisa de países em desenvolvimento,
durante vários anos, com ótimos resultados. Ao se afastar
da direção do Working Group com o início da gestão
da Dra. Marion J. Ball, assumiu a mesma o Dr. Daniel Sigulem, coordenador
do Centro de Informática em Saúde da Escola Paulista de Medicina.
Infelizmente, como o WG não desenvolveu nenhuma atividade significativa
nos últimos três anos, foi extinto. Agora a IMIA estuda a
possibilidade de reativar a área dentro de um novo contexto.
Europa Lidera Aplicações
dos Cartões Inteligentes em Saúde
As grandes vantagens oferecidas pelos cartões inteligentes ("<M>smartcards")
nas aplicações em saúde tem provocado um grande crescimento
do uso deste novo recurso em todo o mundo. O cartão inteligente
é do tamanho de um cartão de crédito comum, mas tem
grande capacidade de armazenamento de dados, proporcionado por memória
digital embutida ("chip" de circuito integrado), ou por gravação
ótica laser. É na Europa, entretanto, que se tem registrado
o maior cres-cimento desta tecnologia. Praticamente todos os países
europeus estão realizando projetos-piloto de uso do cartão
inteligente no setor saúde, principalmente na área de seguros
médicos (armazenamento de identificação do paciente,
plano de saúde, cobertura e medida da utilização).
Em alguns países, os cartões inteligentes também estão
sendo testados para armazenar o registro médico geral dos pacientes
("prontuário médico de bolso"), ou em aplicações
especiais, tais como para diabetes, oncologia e transplantes de rins.
Uma dos motivos principais da Europa ser a líder das aplicações
dos cartões inteligentes é que se chegou a um consenso quanto
ao tipo de tecnologia a ser utilizada (no caso, chips), e padrões
de gravação e intercomunicação de dados (ISO).
Nos EUA e Japão, ao contrário, e-xistem muitas tecnologias
competitivas e não se chegou a este consenso, ainda. Na Europa,
os dois principais fornecedores de cartões inteligentes, a SGS Thomson
(França) e a Siemens (Alemanha), oferecem cartões baratos
(US$ 1,50 a 2,80 cada) e periféricos de leitura e gravação
acessíveis (US$ 600), que em alguns países são pagos
pelas companhias de seguro. Recentemente a Alemanha completou a tarefa
hercúlea de distribuir cartões para todos os segurados médicos
do país (mais de 20 milhões) e máquinas de leitura
e impressoras para 120 mil médicos e dentistas. Ainda este ano,
a Alemanha começa um teste com 2 mi-lhões de voluntários,
para investigar o potencial do "prontuário médico de bolso".
Um dos obstáculos a este tipo de aplicação é
a necessidade de usar cartões mais caros, de tecnologia ótica
(tipicamente custam US$ 5 a 10 cada, mas armazenam até 100 Mbytes
de informação), e a solução de uma série
de problemas ainda em discussão, como a adoção de
um número único de identificação de pacientes,
os padrões de registro da informação clínica
a serem seguidos, e o problema de proteção da confidencialidade
do paciente e da segurança de dados.
FreeNets São Pioneiras
nas Aplicações Médicas em Rede
Uma das invenções mais fantásticas da Internet, a
gigantesca rede mundial de computadores, são as chamadas FreeNets,
que são redes de acesso público e gratuito bancadas por um
esforço comunitário. Existem atualmente cerca de 40 FreeNets
em todo o mundo, das quais cerca de 30 nos EUA, onde nasceu a idéia,
com um número total de 340 mil usuários. A pioneira foi a
FreeNet Cleveland, uma cidade do estado de Ohio. O resultado foi tão
interessante, que foi copiado por muitas outras prefeituras, que viram
nisso uma maneira de melhorar o acesso dos seus cidadãos à
informação, bem como proporcionar uma série de serviços
sociais, culturais e artísticos. As FreeNets podem ser acessadas
a partir de qualquer nodo da Internet, ou então via acessos discados
(linhas telefônicas ligadas a modems, que podem ser chamadas de fora,
por qualquer microcomputador). As formas de acesso implementadas variam
bastante, e vão desde correio eletrônico (email), até
WWW e Mosaic (acesso gráfico e multimídia à Internet).
A mais comum é uma interface não gráfica, orientada
a caracteres, como um menu tipo Gopher. A FreeNet de Cleveland, por exemplo,
tem um menu geral, que, de forma muito interessante, dá acesso às
várias fontes de informação sobre a cidade, que é
organizado como se fosse um catálogo dos prédios, praças
e centros da cidade: a prefeitura, os correios, a praça pública,
o fórum de justiça, a escola, o centro comunitário
e de esportes, o parque industrial, a biblioteca pública, a universidade,
o hospital, o teatro, a galeria de arte, o centro de ciência e tecnologia,
etc. Em cada "prédio" dessa cidade virtual, o visitante pode navegar
por outros menus, contendo uma grande quantidade de informação
sobre a cidade, seus serviços, sua informação, pessoas
e instituições. Por exemplo, a FreeNet de Los Angeles tem
um "centro de saúde", que dá informações sobre
diabetes, câncer, doenças cerebrais, abuso de drogas, AIDS
e muitas outras doenças. Os cidadãos podem enviar mensagens
anônimas, contendo perguntas sobre doenças e sintomas. O Consultório
Médico, uma das áreas do Centro de Saúde, tem médicos
de plantão, que respondem gratuitamente a essas perguntas e orientam
o cidadão quem ele deve procurar, e qual o problema provável
(para evitar problemas legais, essas orientações não
incluem diagnósticos diretos ou orientações para tratamento).
A maioria das orientações se referem à educação
dos pacientes, ou seja, informações científicas sobre
as doenças e como evitá-las (medicina preventiva), ou como
se manter saudável através de exercícios, dietas,
etc.. Os médicos ligados ao sistema têm também uma
grande lista de recursos disponíveis na Internet. Até os
estudantes médicos têm o seu próprio quadro de avisos.
No Brasil não existe nenhuma FreeNet ainda. Campinas, por ter
o privilégio de ser o lar da RNP, a Rede Nacional de Pesquisa, que
é o órgão coordenador da Internet no Brasil, provavelmente
será a primeira FreeNet brasileira, através de um convênio
de cooperação com a Prefeitura Municipal, que recebeu o nome
de Projeto Alpha. Escolas, centros de saúde e departamentos da prefeitura
serão os primeiros a serem interligados. O Núcleo de Informática
Biomédica da UNICAMP foi indicado como um dos coordenadores deste
projeto na área de saúde.
A revista Informédica cessou sua publicação
em outubro de 1995.
Veja também: Revistas Informática
Médica e Intermedic
Voltar
à HomePage Enviar
email para o Editor
Copyright (c) 1995 Renato M.E. Sabbatini