Várias vezes tenho afirmado nesta coluna que o Brasil é um dos paises em desenvolvimento que teve maior progresso na área de aplicações do computador na Medicina. Não só as universidades e centros de pesquisa deram uma contribuição muito grande na formação de recursos humanos, no ensino de noçòes de Informática para estudantes e médicos, no estabelecimento de linhas de pesquisa, na organização de congressos, etc., mas também os profissionais que trabalham em empresas de software, hospitais, clínicas, etc., contribuiram para a consolidação da Informática Médica no país. Mesmo entre os leitores de Inform&eeacute;dica, é significativo o número de médicos que gostam muito de Informática, chegando a desenvolver programas aplicativos próprios, ou encetar, sozinhos, a informatização de seus consultórios e clínicas. São os médicos "micreiros", que são extremamente interessados e prestativos para os colegas que estão se iniciando nas "artes" da computação.
Pois bem, a revista Inform&eeacute;dica, desde sua criação, se declarou receptiva a divulgar a experiência e o produto de todos esses profissionais, muitos deles com excelentes coisas para mostrar. Em quase todos os números anteriores da revista, publicamos uma seção de chamada de trabalhos, com instruções para os autores. Infelizmente, apesar da revista ter mais de 30 mil leitores da classe médica, a resposta tem sido bastante pequena. Tirando os colaboradores que fazem parte do Núcleo de Informática Biomédica da UNICAMP, do qual a Inform&eeacute;dica é órgão oficial de divulgação, pode-se contar nos dedos de uma única mão os colaboradores externos que enviaram trabalhos para publicação. Qual seria a razão ? Preguiça, acomodação, falta de tempo, falta de experiência, medo de ser rejeitado ? Difícil achar uma explicação única e convincente. Os cientistas e médicos que vivem em um país ainda tão atrasado cientificamente como o Brasil, tem a obrigação de divulgar seus trabalhos para a comunidade de usuários que usam a Informática como uma ferramenta). Sem esta "democratizaçåo" da informação, é óbvio, o setor nunca se desenvolverá em um nível adequado. Aliás, esta é justamente uma das propostas da revista Inform&eeacute;dica desde sua criação.
Por isso, gostaríamos de renovar o convite a todos os leitores: enviem seus trabalhos para a revista. Nossa filosofia é eminentemente didática; se o trabalho for válido e de qualidade, temos condições de ajudar os autores de várias formas, de modo que o resultado final seja o melhor possível.