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Informática e
Sociedade

Desde 1970, quando
começou a discussão sobre a "sociedade da informação",
sabe-se que estão ocorrendo notáveis transformações
na maioria das sociedades desenvolvidas, tanto do ponto de vista social
quanto econômico. Um país avançado como os EUA, por
exemplo, começou como uma sociedade agrária, depois virou
uma sociedade industrializada e, finalmente, uma sociedade baseada na tecnologia
da informação (e está apenas no começo dessa
nova revolução).
O que aconteceu com os países intermediários
e subdesenvolvidos ? Eles sempre vêm atrás dos desenvolvidos,
em matéria de acompanhamento dessas transformações.
O Brasil ainda está na transição agrária-industrial,
mas ao mesmo tempo tem fortes componentes da era da informação
em andamento. Outros paises mais pobres sequer ingressaram na era industrial.
No entanto, a Informática tem um poder transformador que faz um
país queimar etapas e acelerar seu desenvolvimento. Isso ocorre,
por exemplo, com o uso de novas tecnologias educacionais à distância.
Reconhecendo o poder transformador das tecnologias da informação,
a maioria das agências internacionais de fomento ao desenvolvimento
estão estabelecendo programas de incentivo e financiamento da expansão
e da utilização da Informática em todas as áreas
da sociedade. Recentemente, participei como consultor de uma dessas iniciativas
em nível panamericano, a Informatics 2000 Initiative, promovida
pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). O projeto terá
muito dinheiro para encorajar a implementação, nos setores
público e privado, de aplicações que melhorem a qualidade
de vida e dêem apoio ao desenvolvimento social e ao crescimento econômico
da América Latina e do Caribe, principalmente para desenvolver estratégias
e políticas e prover meios para assistência técnica,
financiamento e assessoria estratégica.
Na área de saúde, por exemplo,
estão sendo propostos vários projetos muito interessantes
e de grande importância para o desenvolvimento dos sistemas de informação
na área. Um deles é uma Universidade Virtual de Ciências
da Saúde, que oferecerá muitos cursos on-line em todas as
áreas de especialização e níveis de ensino.
Está sendo proposto também um sistema de prontuário
médico (informações clínicas sobre os pacientes)
unificado e padronizado, que funcione através de redes de computadores.
A telemedicina (transmissão de informações sobre pacientes,
imagens, etc., e a consulta médica à distância) é
outra área extremamente procurada, e que deve passar por um grande
crescimento nos próximos anos no Hemisfério. Muitos dos projetos
propostos, como o da Universidade Virtual, serão de iniciativa do
Brasil, mas envolverão grande número de países, globalizando
a oferta e a demanda.
Existe o potencial para um grande progresso,
alavancado pela tecnologia, na América Latina e no Caribe. O essencial
é que a rede passe a ser cada vez mais acessível para todos,
inclusive para os menos privilegiados economicamente. A saúde agradece. |